Actos 12,24–13, 5; Sal 66, 2-3.6.8; João 12, 44-50
“ A PALAVRA DE DEUS CRESCIA… ” (Act. 12,24–13,5) . Comparando os textos que falam do discípulo João (de sobrenome Marcos), pode concluir-se que ele estava bem mais próximo de Barnabé que de Paulo; não há dúvida que subiu a Jerusalém na companhia de Barnabé, homem de coração grande que descobrira o carisma de Paulo, que o fizera entrar na Igreja e a seguir o levara para Antioquia. Mas não ficou muito tempo com Paulo… certos homens entendem-se facilmente, têm afinidades e interesses comuns, talvez uma pátria comum; outros não conseguem entender -se e, quando assim é, há que ter coragem para a separação. Pode mesmo ser necessária até maior coragem, para permanecer juntos na mesma missão e honrar os compromissos assumidos. Nas relações humanas, quer na época dos Actos quer na nossa, é difícil viver em conjunto ; têm que ser feitas escolhas e as divisões surgem. Por 2 vezes, João (de sobrenome Marcos) foi com Barnabé a Chipre, que era natural dessa ilha. O testemunho da Escritura relativamente aos tempos privilegiados da Igreja primitiva, ajuda-nos a discernir qual o melhor caminho a seguir nas situações complicadas; o que deixar e o que escolher. No final, ficamos sempre remetidos mais à nossa responsabilidade do que ao julgamento dos outros. A decisão terá sempre de ser nossa e tomada, firme e humildemente, diante de Deus. Senhor, não é fácil trabalhar em conjunto, mesmo para O Teu Reino! Que a Tua graça venha em auxílio das nossas fraquezas…
“QUEM CRÊ EM MIM NÃO É EM MIM QUE CRÊ… ” ( Jo. 12,44-50) . Jesus quer aqui mostrar a Sua filiação ao afirmar quer a Sua humanidade, quer a Sua origem divina. Por analogia, S.João Crisóstomo diz : “Quem recebe a água de um rio, não recebe a água de um rio mas a água que sai da fonte”. Assim, portanto, Jesus mostra-nos que Ele é O intermediário com O Pai, nO qual nós não podemos acreditar sem acreditar nO Seu Filho, vindo à nossa carne para nos salvar. Através da Sua pessoa, através dO homem Jesus, é Deus que cada ser humano verá em cada um. Serão as trevas tão sombrias que não seja possível ver-se um pouco de luz? Coloquemos cada dia estas questões: “Senhor onde queres Tu que eu trabalhe?”; “Senhor como manifestei eu a Tua presença?”. Jesus é a luz do mundo. Suas palavras são raios de sol que iluminam e aquecem, levantam o véu das zonas de sombra e chamam-nos à conversão. Consoladoras, elas reaquecem os corações partidos ou agitados.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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