Actos 11, 19-26 ; Sal 86, 1-7 ; João 10, 22-30
ABENÇOADOS EXÍLIOS ( Act. 11,19-26) . O Senhor recorre a todos os meios possíveis para Se dar a conhecer. Dispersos pela morte de Estevão, os discípulos de Cristo reencontram-se em Antioquia. Não estão desencorajados nem ruminam indefinidamente nos tristes acontecimentos que os levaram ao exílio. Ali, retomam o seu “ofício” de testemunhas da Boa-Nova. Quem os crê ? O sucesso é imenso, a alegria e a graça superabundam. O lugar do exílio tornou-se o local onde, “pela primeira vez, os discípulos receberam o nome de cristãos”. Assim acontece nos nossos próprios exílios geográficos, profissionais, espirituais,… Inicialmente vividos no desgosto ou no rancor, eles podem transformar-se num lugar de graças superabundantes.
“ QUANTO TEMPO NOS VAIS AlNDA DEIXAR NA DÚVIDA ” (João 10,22-30) . A festa da Dedicação duma Igreja é, por excelência, a memória do nosso baptismo. Como qualquer o edifício religioso, também nós somos consagrados pela água e pela unção do óleo santo. A Igreja e os que a compõem são consagrados por serem a morada de Deus, a arderem com a presença de Cristo. Hoje, no círculo à roda de Jesus, os Judeus tornam-se agressivos (Jo.10,24) , tentando obter a confissão que O levará à perdição : “Eu sou O Cristo”. A referência “era inverno” (Jo.10,22) , expressa o clima de frio antagonismo que se apoderara dos seus corações. O coração gela-se quando o fogo da caridade se extingue. Peçamos aO Senhor que “a dúvida” morra : é Ele próprio que está na base do amor e da fé.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.