TERÇA-FEIRA – 8/MARÇO/2016

a_LevantaTePegaNaTuaEnxergaS. JOÃO DE DEUS (1495-1550). Após ter andado errante “como um barco sem remos”, converteu-se a Cristo em Granada e criou um hospital aberto a todos os necessitados. Canonizado pelo papa Alexandre VIII em 1690.

Ezequiel 47, 1-9.12 ; Sal 45, 2-3. 5-6. 8-9 ; João 5,1-3a. 5-16

“A ÁGUA JORRAVA DA SOLEIRA DO TEMPLO…” (Ez.47,1-9.12). Ezequiel anunciara que O Senhor iria deixar O Templo manchado pelo pecado. Mas O Povo tinha sido purificado pelo sopro de Deus. A glória dO Senhor volta então de novo aO Templo, onde – levado por um guia misterioso – o profeta entra. Ezequiel descobre uma torrente de água a jorrar da soleira dO Templo, lugar onde Deus havia prometido estabelecer a Sua Presença para sempre. No início ela é um mero fio de água, mas pouco a pouco transforma-se numa torrente impetuosa que, por onde passa, dá a salvação e gera a vida. As suas águas são águas baptismais.

“LEVANTA-TE, PEGA NA TUA ENXERGA E ANDA…”(Jo.5,1-3a.5-16). Eis Jesus perante um enfermo, isolado à beira das águas da piscina de Betzatá, que nunca tivera a força ou o engenho suficientes para nelas mergulhar. Tratava-se de uma situação desesperada. Jesus toma a iniciativa e interroga-o sobre o seu desejo. A pergunta de Jesus : “Queres recuperar a saúde?”, recorda-nos que a graça eucarística só pode atingir-nos e actuar em nós em função do nosso desejo. Há que desejá-la. Curiosamente o paralítico contou-lhE tudo o que não alcançara na vida, mostrando-se mais atento ao passado do que à cura que Jesus lhe podia dar. Jesus fez o milagre da cura que as águas borbulhantes operavam, mas ao dizer-lhe : “Levanta-te, pega na tua enxerga e vai para casa”, Ele quebra as regras sagradas do sábado. Hoje, ouçamos mais atentos as palavras de Jesus aos fariseus: “Pergunto-vos se é permitido no dia de sábado fazer o bem ou fazer o mal, salvar uma vida ou perdê-la?” (Luc.6, 9).

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.