III DOMINGO DO ADVENTO – 13/DEZEMBRO/2015 DOMINGO DA ALEGRIA

SaoJoaoBaptistaSTA. LUZIA (304). Jovem cristã cruelmente martirizada em Siracusa (Sicília), na perseguição de Diocleciano O seu culto está confirmado desde o séc.V.

Sofonias 3,14-18a; Isaías 12,2-6; Filipenses 4,4-7; Lucas 3,10-18

ACREdITAR, É AGIR! (Luc. 3,10-18). Interessante esta pergunta da multidão a João Baptista: “Que devemos fazer?” A resposta do profeta foi imediata: “Quem tiver duas túnicas, reparta com quem não tiver nenhuma”. Segundo João, a única forma de preparar os caminhos dO Senhor… será estender a mão ao pobre. Acreditar leva à acção ! Não se pode aguardar O Messias sentado numa cadeira. No cristianismo, a caridade não é matéria de escolha : tem de estar no cerne do coração do crente. Oração e acção, luta e contemplação, interioridade e empenhamento, são 2 faces da mesma moeda, impossivel de se guardar no bolso ! Eis matéria para reflexão, nestes tempos duros de crise global. Em vez de perguntar apenas: “Quem sou?”, fechado na busca moderna de si, perguntar em 1.o lugar : “Que poderei fazer ?” para trazer algo do sabor divino a um mundo tão orgulhoso da sua falsa auto-suficiência. É nos actos que se descobre a própria identidade! Após se ter aberto em Roma, o Ano da Misericórdia, desejado pelo papa Francisco, este Jubileu inicia-se com uma dupla insistência. Trata-se ao mesmo tempo da misericódia que Deus derrama na nossa vida e das “obras de misericórdia” que inscrevem essa acção divina na história dos homens. «O Jubileu da Misericórdia permite-nos a redescoberta das fontes da verdadeira alegria, quer numa experiência íntima quer, sobretudo, no serviço dos outros.

S. Paulo (Filipenses 4,4-7 ), descreve a paz de Deus como a capacidade de agir de maneira responsável, e que é geradora de alegria: “alegra-te nO Senhor”. Esta alegria habita então no coração e na inteligência, ou seja na plena intimidade da existência humana. Ela saboreia-se pela presença divina no meio de nós, como escreve Sofonias (Sof.3,14-18a). Esta proximidade realiza-se com o nascimento dO Emanuel para o qual nos preparamos. Igualmente, os gestos pelos outros que tentamos esboçar, alimentam a alegria. A pregação do Baptista, para os que o ouvem e recebem o baptismo de conversão, não se limita ao anúncio duma presença misteriosa, sob a modalidade dum fogo interior dO Espírito Santo, mas também à indicação precisa de gestos concretos a ter com os outros. A eminência da Natividade convida-nos pois a saborear o dom interior que Deus propõe e também a imaginar gestos de atenção. A alegria do Natal não é senão uma experiência íntima e ela não se pode limitar apenas à troca de presentes. Que este Jubileu da Misericórdia nos ajude a viver um Natal de verdadeiras alegrias interiores e de belos gestos concretos !

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.