SÁBADO – 20/JUNHO/2015

2 Coríntios 12,1-10 ; Sal 33, 8-137 ; Mateus 6, 24-34

“NINGUÉM PODE SERVIR A DOIS SENHORES…” (Mateus 6,24-34). É inútil inquietar-nos, porque Deus está presente e cuida de nós. Inquietemo-nos, sim, pela justiça que Deus reclama, inquietemo-nos por ter uma existência plenamente “ajustada” ao Seu querer, inquietemo-nos por uma vida que responda às iniciativas de s alvação que Ele toma por cada um. Imaginar as coisas, é uma forma de as possuir e de as guardara apenas para si. O cuidado pelo futuro imaginado perturba-nos por esquecer mos que Deus pode, que Deus sabe, que Deus vê, que Deus ama. S. João da Cruz relaciona a “noite da imaginação e da memória” com a esperança. Estão aí uma purificação e uma ascése nas quais não pensamos o suficiente, mesmo quando procuramos lealmente O Reino de Deus. Numa sociedade hiperconsumista como a nossa, as palavras de Jesus despertam-nos. De quê e de quem somos escravos? É verdade que o dinheiro, as estruturas financeiras, dão segurança. Mas farão elas o pleno de uma vida? Ao ensinar-nos a viver da providência, Jesus não nos torna doces sonhadores pois nos convida a um novo olhar sobre a nossa vida e a nossa sociedade. Convida-nos a contemplar o dom. Deus dá-Se, Ele dá-nos a criação e a vida gratuitamente. Sim, é pelo dom que a vida se transmite.
Como O Pai, também nós, nas relações familiares, económicas, políticas, somos chamados a dar, porque dar é “procurar O Reino de Deus” para ser prefeitos como O Pai.

Meditações Bíblicas”, Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.