S. LUíS GONZAGA (1568-91). Nascido numa família nobre, a mãe consagrou-o a NªSª, entrou antes dos 18 anos na Companhia de Jesus. Morreu com 23 anos ao serviço dos empestados na cidade de Roma. Precursor da devoção ao Sagrado Coração de Jesus. O papa Pio XI proclamou-o “Protector da juventude”.
Job 38,1. 8-11; Sal 106, 23-26. 28-31; 2 Cor.5,14-17 ; Marcos 4, 35-41
NO MEIO DA TEMPESTADE (Job 38,1.8-11). Hoje a tempestade está em toda a parte, nos elementos, mas sobretudo na cabeça de Job. acabrunhado pela sucessão de tantas desgraças, Job, tristíssimo, à beira da revolta, admite que só não encontra resposta para as perguntas que o assaltam: porquê o sofrimento, porquê a mim?; eu, que não pequei, por quem ou porquê terei que pagar? Aqui chegado, decide-se pedir ao próprio Deus resposta: “Oxalá haja alguém que me escute. Eis a minha última palavra. Que O Todo-poderoso me responda” (Job 31,35). Deus não resist e ao apelo de Job e faz-lhe um longo discurso que começa assim: “Do meio da tempestade, O Senhor disse a Job”. Mas, para nossa grande surpresa, Deus nada diz acerca daquilo que afecta Job e – aparentemente longe das suas preocupações – inicia uma longa e deslumbrada contemplação da Criação. Face à demonstração da omnipotência de Deus só há duas atitudes possíveis: o desânimo, com a humilhação dos que tomam talvez consciência da sua impotência, ou então – sendo crentes – a humildade serena de quem sabe estar em boas mãos. Perante O Deus Omnipotente, fonte dO Amor, Job encontra o caminho do abandono.
UMA RESPOSTA E UMA MlSSÃO (Marc.4,35-41). Estará a Igreja a meter água? Já no séc.II, o comentador Tertuliano comparara a Igreja a uma barca a navegar no Mundo. A passagem do evangelho de hoje permitiu a este Padre da Igreja dizer que, mesmo batida por ventos contrários, a Igreja não tem nada a recear porque O Senhor vigia com paciência sobre Ela, até ao dia do Seu regresso. Todavia, não sentimos nós uma ponta de incerteza face à idade avançada das nossas assembleias dominicais, à indiferença religiosa dos nossos colegas de trabalho e da cultura dominante, cada vez menos sintonizada com a tradição e a fé da Igreja? Será que vamos naufragar? E esta barca não corresponderá também ao Mundo? Olhemos para estas inquietações mais de perto, sem ingenuidade e com a fidelidade que O Espírito deseja fazer nascer em nós. Esta fidelidade depende de uma única resposta, que é a resposta à interrogação dos discípulos na barca: “Quem é este homem a quem até o vento e o mar obedecem?”. A Igreja tem fundamentalmente necessidade de homens e mulheres que ponham a sua fé em Cristo ressuscitado. Aqueles que proclamam a mensagem empenham- se no mundo e esperam a promessa da ressureição. Cada um dá à sua maneira a própria resposta. É a sua fé e missão que salvam a Igreja do naufrágio. O episódio de hoje interroga a nossa adesão pessoal a Cristo. Qual é a nossa ligação a Ele, à Sua pessoa, ao Seu mistério? E, em consequência, qual é o nosso anúncio? Qual é o nosso testemunho? Meu Deus, que a nossa fé descubra como nos urges a ir mos anunciar O Teu Reino!
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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