QUARTA-FEIRA – 17/JUNHO/2015

A_RainerioDePisaS. RAINÉRlO DE PlSA (1160). Nascido numa família de mercadores muito ricos, era um bardo tocador de lira até aos 19 anos, quando impressionado com os pobres da sua cidade natal se fez eremita, vendeu todos os bens e foi para a Terra santa, onde ficou 14 anos. Ali, a viver só de esmolas, Rainério revelou-se taumaturgo: lia os corações, expulsava os demónios e realizava curas e conversões. Já famoso regressou em 1154 ao Mosteiro de S. Vito (Pisa) onde, sempre como irmão leigo, veio a morrer. O papa Alexandre III canonizou-o e proclamou-o patrono de Pisa e dos viajantes.

STO. HERVÉ (568). Filho de uma família de bardos bretões, nasceu cego e tornou-se eremita. Segundo a lenda, um lobo devorou a raposa que lhe puxava o arado, mas o santo domesticou-o e fez dele o novo animal auxiliar na lavoura do campo. É, com S. Ivo, um dos mais populares santos da província francesa da Bretanha.

2 Coríntios 9, 6-11 ; Sal 111, 1-5. 9 ; Mateus 6,1-6. 16-18

LIVRES FILHOS DE DEUS (2 Coríntios 9,1-9). “Cada um dê como dispôs em seu coração…”. Esta recomendação de Paulo convida–nos não a uma moral de dever, mas à de uma liberdade de filhos de Deus, movidos pelo Seu Espírito de amor. Trata-se de um “caminho de vida”, como escreveu Maurice Zundel(1897-1975): “para se ser pessoa, é necessário que o nosso ser, a nossa existência, o nosso organismo, toda a nossa vida, brote de uma escolha inteiramente livre, o que não pode realizar -se senão fizermos de tudo o que somos uma oferenda à Luz – presença infinita de Deus – que habita em nós”.

“O TEU PAI, QUE VÊ O OCULTO, HÁ-DE PREMIAR-TE…” (Mat.6,1-6.16-18). Dar esmola, orar, jej uar. Estes 3 exercícios são o tripé da vida interior. Jesus retoma as práticas judaicas mas transforma-as radicalmente. Ao colocar a exigência do olhar dO Pai, Ele unifica a acção e a contemplação. Ser olhados de um ponto de vista humano faz-nos existir, e isso é bom. Procuramos os olhares para ser conhecidos. O que Jesus aponta, é que, para se crescer na vida interior, é necessário buscar em todas as acções o olhar dO Pai. Ele transforma a nossa vida e descentra-nos de nós mesmos. Ora, a interioridade é a palavra chave da oração. Há que entrar na divisão mais retirada do coração, longe da algazarra do mundo: o essencial do “trabalho” espiritual e do “virar do avesso” do coração só é possível “no oculto” onde apenas penetra O olhar de Deus. Através da ascése cristã, trata-se de recuperar a esbeltez da alma. Os kilos a perder são os que tornam o coração pesado; eles têm um nome: amor- próprio, vã glória, palavras negativas, amarguras e tristezas… Também ligad o á oração, o domínio do desej o aligeira o caminho e rejuvenece todo o ser. Mas, se a ascése é fresca e perfumada é porque prepara o reencontro e antecipa a alegria. E, quanto mais não seja, faz aprimorar o ambiente fraterno e mostraaos outros o melhor de nós.

Meditações Bíblicas”, Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.