Actos 2, 14. 22-33 ; Sal 15, 5. 8-11 ; Mateus 28, 8-15
NÃO ERA POSSíVEL QUE A MORTE O RETIVESSE (Act.2,14.22-33). Cristo sai deste mundo como “vencedor”. Esta palavra utiliza-se com frequência na linguagem dos homens mas na terra nunca há verdadeiras vitórias pois uma vitória implica sempre haver vencidos. Por isso, quando um homem vence outro homem sofre uma derrota maior que a sua vitória – o amor é nele ferido ou quiçá morto. Jesus é O único verdadeiro vencedor, porque a Sua vitória sobre a morte é também a vitória de todos nós. Para Pedro e para os outros Apóstolos, para Maria Madalena e para a outra Maria, que compreenderam isto, não foi possível deixarem de proclamar por toda a parte o “aleluia” vitorioso. E como não pensar numa terceira Maria, a mãe de Jesus, que fica na sombra, mas cuja vida e oração – eles formam um todo único – irão fecundar a missão da Igreja? Todos esses testemunhos fazem saber ao mundo que as palavras “vitória” e “vencedor” estão finalmente livres das suas ambiguidades, das reduções caricaturais e dos seus limites. A morte que para realizar a sua obra se cobria como com um manto, ficou desmascarada e confundida. Ela continua a actuar, é verdade, mas está finalmente destruída nas suas raízes ; é isso o que a fé nos diz. A vitória dO Ressuscitado na manhã da Páscoa está desde então escondida, mas, como uma semente, continua viva por toda a parte, até mesmo nos nossos defeitos: naqueles que sofremos e naqueles com que fazemos sofrer os outros.
“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.