Missa vespertina da Ceia dO Senhor
Êxodo 12, 1-8.11-14 ; Sal 115,12-13.15-18 ; 1 Coríntos11, 23-26 ; João 13,1-15
A PASSAGEM DO SENHOR (Êx.12,1-8.11-14). Na Páscoa Judaica, aprendemos a discernir e viver todas as dimensões da Páscoa cristã. O sacrifício do cordeiro pascal que para os judeus fora a adaptação do sacrifício já existente nas religiões primitivas (para celebrar a renovação da primavera), significa hoje para nós o sacrifício, retomado e transfigurado pelO Senhor nas nossas eucaristias, por vezes com tão reduzida assistência, onde está presente o universo inteiro e a história universal. Por isso, assumamos a esperança de Israel na celebração das maravilhas dO Seu Deus e transfiguremo-la associando-a ao desejo de todos os homens por um mundo melhor. É-nos dado viver na fé a realidade nova de um Deus que nos cumula para lá dos nossos desejos, não num hipotético futuro, mas hoje, misturando-Se com a nossa carne e sangue. Tornados num só Corpo, com Ele e com todos os homens, no decurso das nossas vidas e mortes quotidianas, tudo vivemos numa Páscoa sem fim onde cada parcela do tempo é já abertura à eternidade dO Cristo ressuscitado.
A IGREJA ESTÁ FUNDADA EM CRlSTO-SERVO (João 13,1-15). Cristo é a primeira pedra de um amor que não tem fim. Dom livre e definitivo que nos abre um caminho de liberdade. Neste dia, deixemos Jesus aproximar-Se e ajoelhar-Se diante de nós. Permaneçamos num silêncio deslumbrado e entremos com Ele no movimento eucarístico que transfigura as nossas vidas. Será que as nossas eucaristias estão marcadas, pessoal e colectivamente, pela súplica por todos os homens que nós representamos e pelo júbilo interior da entrada na Terra prometida? “Que oferecerei eu aO Senhor por todos os bens que me tem concedido?”
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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