SANTA ÁGUEDA (251). SANTA Águeda é uma das maiores heroínas da Igreja primitiva. Pertencente a uma família nobre, muito cedo esta jovem sicíliana muito bela se consagrara a Deus pelo voto de castidade. Porém, ao recusar as propostas dum senador poderoso e permanecer fiel a Cristo sofreu o martírio na Catânia, provavelmente durante a perseguição de Décio, sendo atrozmente mutilada (os seios amputados).
Hebreus 12,18-19. 21-24 ; Sal 47, 2-4. 9-11 ; Marcos 6, 7-13
CONTEMPLEMOS O DEUS VIVO ! (Heb.12,18-19.21-24). Demasiadas vezes, na vida da fé, nós procuramos certezas, milagres, coisas que possamos tocar. Mas a vida da fé é de outra ordem! Ela é uma contemplação do Deus vivo. Trata-se dum “aproximar-se”, dum empenhar-se numa dinâmica que nos move e convoca para o encontro. Mais do que de “realidades palpáveis”, a vida de fé será esse “aproximar-se” e o lugar de tal movimento é a liturgia. Celebrar é contemplar “Jesus, único mediador de uma aliança nova”, que vem ao mundo em nós. A liturgia afasta-nos interiormente das realidades terrestres e volta-nos para essa Jerusalém, conduzindo-nos à perfeição : à Aliança com O Senhor.
“ORDENOU-LHES QUE NADA LEVASSEM PARA O CAMlNHO…”(Mar.6,7-13). Os peregrinos de Compostela sabem que à partida levam coisas a mais e que, pouco a pouco é necessário esvaziar o saco. Foi a ordem dada por Jesus aos discípulos na sua primeira missão: viajar sem carga para passarem do estatuto de discípulos à de apóstolos – tal como O Mestre não tinham onde repousar a cabeça, salvo na aleatoriedade da hospitalidade. Demasiada segurança torna o êxodo impossivel. É com sandálias nos pés e cajado na mão que se sai do Egipto, dos pratos de cebolas e carne, para recolher o maná que Deus envia. Querer prever tudo, controlar tudo, impossibilita a descoberta da surpresa de Deus : pensa-se apenas no saco pesado que se carrega, esperando que nada tenha ficado esquecido. Sim, não carreguemos nada durante o caminho!
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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