QUARTA-FEIRA – 4/FEVEREIRO/2015

SaoJoaoDeBrito49 MONGES MÁRTIRES DE SCÉTE (444). A Igreja Ortodoxa Copta celebra hoje 49 monges massacrados num ataque dos berberes. Os monges tinham recusado refugiar-se na torre do mosteiro de S.Macário de Scéte, na região desértica do Wadi, a cerca de 90 km do Cairo. Uma capela contém os túmulos dos mártires com o registo dos seus nomes, bem como três soberbas colunas do séc. V com os símbolos da avestruz, sinal da ressurreição.

S. JOÃO DE BRITO (1647-93). Filho duma família nobre de Portugal entrou nos Jesuítas. Enviado para o sul da Índia, vestia-se e vivia como um brâmane Saniássis (religioso indu letrado) convertendo e baptizando grande número de habitantes. Escapou à morte apesar de torturado, uma primeira vez, e voltou a Portugal, onde o rei o queria como perceptor do filho. Mas insistiu em regressar e morreu mártir no Maravá, porque um príncipe que convertera deixara a poligamia, repudiando a segunda esposa que era uma princesa filha do rajá do país.

Hebreus 12, 4-7.11-15 ; Sal 102, 1-2.13-14.17-18a ; Marcos 6,1-6

OS OLHOS FlXOS EM JESUS (Hebr.12,4-7). A correção é com frequência mal recebida e mal compreendida. Mas ela não é violência nem preversão, ela é a expressão mais profunda da filiação. Qual é o pai que não corrigiu alguma vez o filho? O Senhor não manda dificuldades para nos atormentar. Ele está no cerne das provações e educa-nos paternalmente em Jesus-Cristo, para nos ensinar a resistir ao mal, à morte e ao pecado. O Seu ensino quer retomar-nos, pois mesmo que sejamos paralíticos, Ele, que suportou as provações mais duras, curar-nos-á dando-nos a Sua paz e a Sua justiça. Dito de outra forma, as nossas provações não são ocasião de afastamento dO Senhor, ainda menos um castigo, mas sim o lugar do reencontro da ternura dO Senhor.

“NÃO É ELE O FlLHO DO CARPlNTElRO ?…” (Marc.6,1-6). Os habitantes de Nazaré, não vêem o que Jesus faz, não escutam o que Ele diz, porque O conhecem bem demais para O reconhecerem. Um provérbio chinês diz: “Quando o sábio aponta a lua, o tolo vê o dedo”. Jesus manifesta a sabedoria – os ouvintes ficam mesmo muito admirados -, mas diante de Jesus, cuja família conhecem intimamente, sofrem como que de um ataque de miopia. A miopia espiritual impede-nos muitas vezes de ver Jesus naqueles que são o nosso próximo. As comunidades cristãs assemelham-se muitas vezes à sinagoga de Nazaré : aquele responsável, aquele animador, conhecemo-los demasiado bem para aceitar que sejam manifestação de Cristo, demasiado humanos para serem divinos. Corrijamos a nossa miopia!

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.