SÁBADO – 31/JANEIRO/2015

CristoNaTempestadeS. JOÃO BOSCO (1815-1888). A Igreja tem a paixão dos aniversários. Não apenas para se recordar e dar graças, mas também para tirar da vida da pessoa festejada forças e luzes para o tempo presente. Foi neste espírito que a família salesiana iniciou desde o mês de agosto passado, um ano jubilar por ocasião do bicentenário do nascimento do seu fundador S.João Bosco, grande educador dos jovens. A educação, desafio maior do nosso tempo, esteve de facto sempre no centro das preocupações, da oração e da acção deste padre piemontês infatigavel. Tendo encontado nas ruas de Turim tantos jovens desempregados entregues a si mesmos, o então jovem sacerdote Dom Bosco sentiu o desejo imperioso de tudo fazer para os ajudar a tornarem-se “cidadãos honestos e bons cristãos”. Começou por criar um primeiro padroado de domingo, depois de vários fracassos, no bairro Valdocco. Dom Bosco propunha a estes jovens, por quem ninguém se interessava, lições de catecismo, cursos de leitura e de cálculo, tempos de oração, jogos e excursões! Um primeiro lar foi aberto depois, logo seguido de uma primeira oficina e de uma primeira escola… Dom Bosco gastava sem fazer contas: “Cada vez que se tratar do bem da juventude em perigo ou de ganhar almas para Deus eu corro até à temeridade”. Numa Itália marcada por um anticlericalismo crescente – fortalecido pela confiança na Virgem Maria – ele ousou fundar 2 novas congregações: a “Sociedade de S.Francisco de Sales” (1859) e o “Instituto das Filhas de Maria Auxiliadora”, em 1872. Aos que o rodeavam, transmitia princípios pedagógicos inovadores, mais preventivos que repressivos, baseados mais no amor que no temor: “Sem afecto não existe confiança; sem confiança não há educação”. Canonizado em 1934, e no primeiro centenário da sua morte em 1888 o papa S. João-Paulo II chamou-o de“ Pai e Mestre da juventude”.

Hebreus 11, 1-2. 8-19 ; Lucas 1, 69-75 ; Marcos 4, 35-41

“E OUTRAS EMBARCAÇÕES O ACOMPANHAVAM…” (Mar.4,35-41). É curioso saber que numerosas embarcações seguiam a barca de Jesus, como os pequenos barcos que escoltam as saídas para o mar dos grandes paquetes. Estas barcas, de que não se volta a falar depois, foram provavelmente testemunhas do milagre e, também elas, salvas do perigo de naufrágio na tempestade, sem porém terem intervido junto de Jesus adormecido. Isto é uma bela ilustração da comunhão dos santos: só alguns passageiros da barca em que Jesus se encontra
clamam por auxílio, e todos são salvos. Só alguns cristãos rezam, e todos beneficiam da generosidade dO Senhor. Oremos portanto ao nosso Mestre, mesmo e sobretudo quando Ele parecer dormir!

“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.