SEXTA-FEIRA – 22/ABRlL/2016

Actos 13, 26-33 ; Sal 2, 6-11 ; João 14, 1-6

ACTORES DA HISTÓRIA DA SALVAÇÃO ( Actos 13,26-33) . Poderíamos ficar chocados com a cegueira dos habitantes de Jerusalém e dos seus chefes, mas isso seria esquecer a nossa história cristã marcada, também ela, por incompreensões e afastamentos, tantas vezes em contradição flagrante com O Evangelho. O “grande escritor” escreve a bela história da Boa-Nova com lápis frágeis e pouco eficazes. Paulo dirige-se aos irmãos de raça esquecendo-se, por causa deles, de tal modo de si, que chega a dizer : “Eu desejaria (para a sua salvação) ser eu próprio anátema, separado de Cristo” (Rom.9.3). É uma força de expressão, mas revela-nos um homem devorado por um desejo imenso de anunciar Jesus Cristo. Ele irá percorrer a terra e sofrer o martírio por essa única razão. A promessa feita a nossos pais cumpre-se contra tudo e contra todos, com a nossa pobre colaboração. Esta permanente maravilha enche-nos de humildade. Que felicidade ser os autores da história da salvação.

“ PARA IRDES AONDE EU VOU VÓS SABEIS O CAMINHO… ” ( João 14,1-6) . Não se trata aqui de colocar a questão das moradas, do seu número, ou de como elas são. É certo que é uma pergunta para preparar um “lugar”. Mas a interpelação de Tomé: “Senhor, nós não sabemos para onde Tu vais, como poderemos conhecer o caminho ?”, ajuda-nos à reflexão. Ele que não tinha estados de alma para o lugar, acaba por os ter para o caminho a seguir. A resposta de Cristo trás a novidade de não falar diretamente de Si, mas do caminho que nós mesmos temos de trilhar. Porque a angústia dos discípulos ao verem partir o Mestre – “que fazer?” – pede uma resposta. Cristo é O caminho e a verdade, no sentido de que Ele é O lugar da vida em plenitude.

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.