S. SOFRÓNIO DE JERUSALÉM (~639). Inicialmente monge e teólogo, como Patriarca de Jerusalém testemunhou a conquista da cidade pelo Califa Omar, em 637. Viu o controle muçulmano da Palestina como “o inevitável castigo aos cristãos fracos e vacilantes pelos involuntários representantes de Deus”, e morreu pouco depois da conquista, mas não antes de negociar as liberdades civis e religiosas dos cristãos em troca de tributos (Acordo de Omar). Deixou textos litúrgicos (por ex.“Os Impropérios”, lidos na Sexta-feira Santa), teológicos e poéticos. Convidou Omar a orar na Igreja do STO. Sepulcro – que ele recusou – mas deu-lhe as chaves.
Sabedoria 2,1a.12-22; Sal 33,17-21.23; João 7,1-2.10.25-30
“CONDENEMO-LO A UMA MORTE INFAME…” (Sab.2,1a.12-22). O Livro da Sabedoria reflete sobre a vida que, para os ímpios – por ser efémera e frágil – é um absurdo sem sentido. Mas são eles a maior demonstração da absurdidade da vida que leva à morte, ao mascararem a sua inevitabilidade com opções erradas no modo como vivem. Oprimem o justo e não aceitam os seus juízos sobre a morte nem como ele vive a vida. O justo incomoda-os, entrava os seus comportamentos, é uma afronta ao seu desprezo da Lei e ao esquecimento da fé, transmitida pelos pais e que abandonaram. O justo, então, por defender que “uma vida vivida na justiça tem um valor absoluto para Deus”, será condenado a uma morte aviltante. O autor do Livro da Sabedoria parece falar de Jesus, quando – põe na boca dos ímpios – que O Justo “nos incomoda e Se opõe à nossa forma de agir”, O qual (anunciam proféticamente), “Deus protegerá”.
NOVIDADE! (Jo.7,1-2.10.25-30). Jesus sobe secretamente a Jerusalém e fala abertamente nO Templo. Ele fala abertamente de Deus Seu Pai, que diz só Ele conhecer porque é O Seu Enviado. Compreende-se que isto escandalizasse os ouvintes. As ordens de prisão não são executadas porque ainda não chegara a Sua hora. Continuava a ser ainda a hora do anúncio, do ensino, da pregação. Todos parecem estar divididos entre o reconhecimento e a rejeição de Jesus como O Messias, porque sabem de onde Ele provém. Com frequência impedimos os mais próximos de dar o seu melhor por os conhecermos demasiado bem ! Não os escutamos, por saber – ou pensar saber de antemão – o que irão dizer. Não admira portanto que, para nós “nunca haja nada de novo sob o céu”! Com esta nossa forma de agir como será possível escutar atentos a novidade da mensagem de Deus?
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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