STA. COLETA BOYLET DE CORBIE (1381-1447). Filha única de um casal – o pai era carpinteiro -, nasceu graças às orações dos pais a S. Nicolau de Bari. Após vender todos os bens passou por várias Ordens: Beguinas, Beneditinas, Clarissas e por fim professou no Ordem Terceira Franciscana, mas sempre sem ver realizada a vocação que sentia de profunda união a Cristo. O confessor, P. H. Baume, soube discernir os planos de Deus e aconselhou Coleta a voltar às Clarissas. Em 1406 foi a Nice, onde residia então o papa Bento XIII a quem expôs com pormenor os propósitos de reforma: vida austera de pobreza sem mitigações, intensa oração pessoal e comunitária, muita oração e penitência pela unidade da Igreja. Viviam-se os trágicos tempos do chamado “Cisma do Ocidente”, com papas e anti-papas, que terminou em 1417. Os cristãos, desconcertados e com boa vontade estavam do lado que julgavam verdadeiro ou que lhes indicavam as autoridades. Assim, STA. Catarina de Sena e STA. Catarina da Suécia, estavam com o papa de Roma, enquanto S. Vicente Ferrer e STA. Coleta estavam com o de Avinhão (Bento XIII). Deus deu-lhe dons carismáticos extraordinários: discernimento de consciências, profecia e até de milagres. Foi canonizada pelo papa Pio VII, em 1807.
Josué 5,9a.10-12; Sal 33,2-7 ; 2 Coríntios 5,17-21 ; Lucas 15,1-3.11-32
JOSUÉ ENTRA NA TERRA PROMETIDA (Jos.5,9a.10-12). No domingo anterior lemos no Livro do Êxodo, as promessas de Deus: o anúncio da “saída do Egipto” e o “dom duma terra” ; no Livro de Josué, hoje, eis chegado o momento do cumprimento dessas promessas. Moisés fizera sair o povo do Egipto, mas foi Josué quem o fez atravessar a vau o rio Jordão e acampar em Guilgal, na Terra Prometida, onde erigiram um santuário com pedras do rio. Os filhos de Israel tinham sempre considerado muito dura a sua vida no deserto, e nunca haviam deixado de recriminar Moisés pelas novas, e péssimas, condições de vida. Durante a longa caminhada, todas as manhãs – para prover às necessidades do povo – Deus fizera cair o maná no acampamento : “Os filhos de Israel comeram o maná durante quarenta anos, até chegarem a um país habitado” (Êxodo 16,35). Uma vez cruzado o Jordão, ei-los num país cultivado; o tempo do deserto terminara, com o seu cortejo de dificuldades, recriminações e também de soluções milagrosas. A partir daí Israel deixou de ser um povo nómada e passou a ter território, transformando-se num povo sedentário, com agricultores que produziam os produtos da terra. Povo adulto que assumia a responsabilidade da própria subsistência, e por terem os meios para as necessidades, Deus não Se lhes substituia : Ele respeita a liberdade humana. A partir desse dia, o “maná” cessou de cair.
O FILHO PRÓDIGO. Qual dos dois irmãos será o mais próximo dO Pai, mais de acordo com os Seus sentimentos e maneira de ser? O mais velho, que sempre esteve na casa dO Pai, que executara todas as ordens, mas que recusou entrar na alegria da festa, ou o filho mais novo, impulsivo, que fora para longe dilapidar património, e que “regressou a casa” apenas quando a fome o apertou? O comportamento do filho mais novo parece ser deveras oportunista. Todavia, ele retirou proveito das dificuldades para “entrar em si” e fazer o ponto duma situação pouco brilhante : um “entrar em si” que o fez a regressar à casa dO Pai a pedir o Seu perdão. Nesta parábola Jesus faz-nos compreender como deve ser o caminho da conversão, quais são as suas três etapas : primeiro cair em si-mesmo, depois regressar à casa dO Pai – a nossa verdadeira morada – e, finalmente, pedir-lhE perdão com arrependimento. Tal como O Pai da parábola do filho pródigo, Deus atender-nos-á sempre de braços abertos ; sem lições de moral – ainda que sejam tão necessárias! – e sem recriminações, sem ressentimentos nem queixas… Deus é muito maior do que o nosso coração.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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