1 João 2,3-11; Sal 95,1-3.5b-6; Lucas 2,22-35
CAMINHAR NA LUZ, COMO JESUS (1 Jo.2,3-11). A tradição judaica chama “Halakhá” ao conjunto de leis e regras que organizam a vida diária e a tornam recta diante de Deus. Ora este termo vem do verbo “marchar”. Os autores gregos do Novo Testamento não hesitaram em traduzi-lo pelo verbo bem concreto: peripatein, “caminhar, passear-se” (que permitiu chamar “peripatéticos” aos discípulos de Aristóteles). João convida os cristãos a uma regra de vida. Mas regra que já não é a Lei ou a tradição mas modo como Jesus agiu e falou, viveu e foi morto.
“AGORA, Ó SENHOR…” (Luc.2,22-35). Simeão é o ícone da expectativa, de uma santa paciência. Há muito tempo que ele aguarda a Consolação de Israel. À vista de Jesus, nO qual reconhece O Messias, solta uma exclamação que lhe sai do mais profundo da alma. Simeão, piedoso velho do tempo de Jerusalém, é o primeiro judeu a acreditar na divindade de Jesus: até os pais estão espantados. Podemos compreendê-los: “a apresentação dO Senhor” era só um dever de culto a cumprir. A consagração desta criança prevista pela lei, reveste-se com o testemunho de Simeão, que “viu a salvação”, duma outra envergadura,. Jesus é mais do que um profeta, Ele é a Salvação, e O Seu nome (Deus-salva) aponta já essa identidade salvadora. Se a Igreja canta em cada noite o cântico de Simeão é para dar testemunho da fé neste mistério : porque “os nossos olhos viram a Salvação”, podemos “repousar em paz”.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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