XXXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM – 15/NOVEMBRO/2015

OJuizoFinalSTO. ALBERTO MAGNO (1206-1280). Este dominicano alemão, de espírito enciclopédico, ensinou teologia em Colónia e em Paris. Ele abriu caminho à síntese entre a filosofia de Aristóteles e a teologia cristã tradicional. Dominava a mecânica, zoologia, botânica, metereologia, agricultura, física, tecelagem, navegação e outras áreas do conhecimento, que inseria no seu caminho de santidade: “Minha intenção última está na ciência de Deus”. Escreveu 38 grossos volumes e, com o seu testemunho, impregnou toda a Igreja da santidade e do exemplo de quem soube viver, com equilíbrio e graça, uma fé que não contradiz a razão. Foi nomeado bispo mas pediu dispensa para se dedicar ao ensino. Foi mestre de S.Tomás de Aquino. É Doutor da Igreja.

Daniel 12,1-3; Sal 15,5.8-11; Hebreus 10,11-14.18; Marcos 13,24-32

A HERANÇA DA VIDA (Salm. 15,5.8-11). “Para se entender a confissão de fé do Sal.15, escrito num contexto de idolatria do povo judeu, convém relê-lo na totalidade. O Salmista celebra com grande
força a Aliança e a alegria da sua pertença a Deus por ter compreendido o nada que ídolos representam: “Os deuses da terra e os seus poderes não me satisfazem”(Sal.15,3). É uma descoberta que cada um émtamb é convidado a fazer. Na verdade, devo renovar todos os dias esta escolha de Deus, quaisquer que sejam os nomes dos meus ídolos: “dinheiro”, “êxito”, “competição”, “aparência”, “prazer”. Competirá a cada um colocar-se diante dO Senhor para, sem cessar, lhE confiar as suas actividades, pedindo-lhE a bênção – para si próprio e para os que encontrar – e a sabedoria de saber sempre “regressar” ao Seu coração para ali “aprender o caminho da Vida”. Não será esta a forma de, sob o Seu olhar, encontrar a nossa alegria?” Irmã Emmanuelle, ermitã beneditina.

A MORTE EXPURGADA (Marcos 13,24-32). Jesus fala-nos do Seu regresso em termos apocalípticos: terríveis desgraças, poderes celestes abalados, Filho do homem a aparecer glorioso nas nuvens, anjos que reunem os eleitos… Estes termos deconcertantes falam da passagem do mundo presente para a vida junto dO Pai. Uma passagem que subverte as referências e cumpre uma promessa em que o julgamento causa medo mas também alegria. Estas imagens são espantosamente similares à explicação da parábola do trigo e do joio. No fim do mundo, O filho do homem enviará os Seus anjos : “Ali, haverá lágrimas e ranger de dentes. Então os justos brilharão como o sol nO Reino do Seu Pai” (Mat.13,42-43). Jesus não quer nem assustar nem transformar-nos em juízes, mas fazer brilhar a justiça dO Pai. Ele quer estimular a fidelidade num mundo que – atravessado pelo melhor e pelo pior – tem necessidade de discípulos capazes de discernir já aqui o crescimento dO Reino. É por isso que Jesus instrui os discípulos com a comparação da figueira donde brotam as primeiras folhas, sinais do verão próximo. Tal como em muitas parábolas, Ele evoca O Reino em termos de germinação. Aqui, a imagem desperta a nossa a atenção para o “advir” junto dO Pai que ainda não teve lugar. Na continuidade das palavras de Jesus germina uma rotura com esta morte que o mundo e o céu acolhem. Tudo depende de tal modo “dO Pai”, que nem os anjos nem O Filho conhecem a hora, diz-nos Jesus. Tudo o que é perecível será completamente expurgado.

“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.