BTO. JOÃO DUNS ESCOTO (1265-1308). Franciscano escocês, escolástico. Promoveu a fé na Imaculada Conceição.
1 Reis 17, 10-16 ; Sal 145, 7-10 ; Hebreus 9, 24-28 ; Marcos 12, 38-44
“NEM A VASILHA DE FARINHA SE ESGOTARÁ, NEM A ALMOTOLIA SE ESVAZIARÁ”(1 R.17,10-16). “Trata-se de um versículo dO Antigo Testamento que temos de deixar descer até ao íntimo do coração, porque aí ele toca nos medos profundos que vivem em nós e nos impedem de dar – ou de nos darmos – com receio das carências do futuro, em nome duma lógica bem racional. Fixemos o olhar nesta mulher de Sarepta que arrisca tudo e crê nas palavras dum desconhecido, apesar da situação crítica em que se encontrava : viúva, no limite dos seus recursos, num país exposto a uma seca severíssima. Foi a sua confiança que produziu o milagre e a salvou. Não percamos pois a coragem, quando tivermos esgotado todos os recursos e sentirmos – num estado de extrema aridez espiritual – ter atingido os limites das nossas forças físicas e psicológicas. Peçamos então a Deus que nos inspire igual atitude de confiança, sem porém jamais esquecer a necessária insistência na Palavra e nos Sacramentos.” Irmã Emmanuelle, ermitã beneditina.
“ELA DEU DA SUA INDIGÊNCIA” (Marc.12,38-44). “Esta passagem do evangelho marcou-me logo no catecismo de infância, porque compreendi então a relatividade das acções, expressa por Jesus : com 2 pequeninas moedas a viúva dera mais que os ricos. Talvez tivesse sido a primeira vez que Jesus se dirigiu directamente a mim mas foram necessários 40 anos para eu dar realmente conta disso. Depois desse “acordar”, tento permanecer fiel ao menino de coração puro que se colocou do lado da viúva. Tento como muitos ser um tipo “às direitas”. Cresci, envelheci, mas continuo vaidoso, prisioneiro dos tesouros deste mundo… E, sejamos honestos, sempre me foi e é difícil dar além do supérfluo e colocar em perigo, por causa dos outros, o que julgo ser-me essencial. Por vezes pergunto-me: o que é que eu arrisco ? Recordo então a velhinha com duas moeditas e sinto que o menino de coração puro que existe no fundo de mim continua vivo, como certamente em todos nós. Seremos nós capazes, sem parar de crescer, de nos tornar pequenos como se continuássemos a possuir só duas pequenas moedas ?” Thierry Bizot – produtor de TV e romancista – relata a sua “conversão” no livro “Catholique anonyme”, ed. Seuil.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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