S. FRANCISCO DE ASSIS (1181-1226). “Laudato si’, mi’Signore”, “Louvado sejas, Meu Senhor”. São estas as primeirs palavras do Cântico das criaturas de S.Francisco d’Assis. São também as primeiras da Encíclica do papa Francisco : “Louvado sejas, Tu Senhor, pela nossa irmã terra, que nos sustenta e governa, e produz diversos frutos com as flores coloridas e a erva”. Mas, prossegue o papa Francisco, “esta irmã grita por causa do desgaste que lhe causamos com a nossa utilização irresponsável e com os abusos dos bens que Deus depositou nela”. Hoje, a festa de S.Francisco, o “Povorello” (o pobrezinho), que abandonou todos os bens para desposar a “Irmã Pobreza” e fundar a Ordem dos Franciscanos, é pois uma discreta chamada a cuidarmos do planeta, não de uma forma triste, mas num impulso de louvor. E na partilha. Este mês será também vivido sob o signo da missão e oração do Rosário. A Semana Mundial Missionária (de 11 a 18 de Outubro) urge-nos a abrir as portas do nosso coração ao Evangelho.
Génesis 2,18-24 ; Sal 127, 1-6 ; Hebreus 2, 9-11 ; Marcos 10, 2-16
A POSSIBILIDADE DE, JUNTOS, NOS DESLUMBRARMOS (Marcos 10,2-16). Jesus ultrapassa a letra da Lei e descobre o seu significado profundo, inscrito na natureza humana, no momento da Criação. Todo o ser humano é capaz de amar. Cada um tem em si a capacidade de se abrir ao outro. Qualquer relação, seja ela amigável, filial, fraterna, profissional, apoia-se nesta abertura à diferença. Isto aprende-se e demora tempo. O evangelho convida-nos a amar a diferença. Na origem, Deus criou o homem e a mulher para que eles estivessem juntos e formassem uma unidade perfeita. É pois necessário fazer tudo para não separar o que Deus uniu. Este ensino sobre o divórcio pode parecer severo e demasiado duro. Mas Jesus diz-nos que a dureza está do lado da permissividade dada por Moisés. A exigência de Jesus não pretende tornar a nossa vida ainda mais dura mas sim proteger a nossa felicidade. Não visa uma perfeição individual mas a felicidade de “estar juntos”. “A chegada imprevista das crianças foi bem aproveitada pelO Mestre. É certo que elas perturbavam uma discussão que tinha por finalidade definir um percurso moral sem falhas. Mas a finalidade que importa é O Reino de Deus. E nele só entram as crianças e aqueles que se assemelharem a elas. As crianças não são necessariamente modelos de bom comportamento. Mas, ao contrário dos adultos, é-lhes impossível viverem sózinhas”. Irmão Richard, Taizé.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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