Natividade da Virgem Santa Maria – Festa – Terça-feira, 8 de Setembro de 2015

NascimentoDaVirgemSantaMariaNatividade de Nossa Senhora: A Natividade de Nossa Senhora é a festa de seu nascimento. É celebrada desde o início do cristianismo, no Oriente. E, no Ocidente, desde o século VII. O profundo significado desta festa é o próprio Filho de Deus, nascido de Maria para ser o nosso Salvador. No seu Sermão do Nascimento da Mãe de Deus, o Pe. António Vieira diz: “Perguntai aos enfermos para que nasce esta Celestial Menina. Dir-vos-ão que nasce para Senhora da Saúde; perguntai aos pobres, dirão que nasce para Senhora dos Remédios; perguntai aos desamparados, dirão que nasce para Senhora do Amparo; perguntai aos desconsolados, dirão que nasce para Senhora da Consolação; perguntai aos tristes, dirão que nasce para Senhora dos Prazeres; perguntai aos desesperados, dirão que nasce para Senhora da Esperança; os cegos dirão que nasce para Senhora da Luz; os discordes: para Senhora da Paz; os desencaminhados: para Senhora da Guia; os cativos: para Senhora do Livramento; os cercados: para Senhora da Vitória. Dirão os pleiteantes que nasce para Senhora do Bom Despacho; os navegantes: para Senhora da Boa Viagem; os temerosos da sua fortuna: para Senhora do Bom Sucesso; os desconfiados da vida: para Senhora da Boa Morte; os pecadores todos: para Senhora da Graça; e todos os seus devotos: para Senhora da Glória. E se todas estas vozes se unirem em uma só voz (…), dirão que nasce (…) para ser Maria e Mãe de Jesus”. (Apud José Leite, S. J., op. cit., Vol. III, p. 33.); (cf.www.ecclesia.pt).

Miq 5,1-4a; Sal 13(12),6ab.6cd; Mt 1,1-16.18-23.

Comentário do dia
Santo André de Creta (660-740), monge, bispo
Sermão 1 para a Natividade da Mãe de Deus: PG 97, 812-816

Maria, primícias da nova criação

No princípio, o homem foi formado de uma terra pura e sem mancha (Gn 2,7); mas a sua natureza viu-se privada da dignidade inata, logo que foi despojada da graça pela queda da desobediência e afastada do país da vida. Em vez de um paraíso de delícias, já não tinha senão uma vida corruptível a transmitir-nos como património hereditário, uma vida da qual decorreria, como consequência, a morte e a corrupção da raça. Todos preferimos o mundo daqui de baixo ao mundo do alto. Não restava qualquer esperança de salvação; a situação da nossa natureza apelava ao socorro do céu. Não havia lei que pudesse curar a nossa enfermidade. […] Finalmente, em seu beneplácito, o Artífice Divino do Universo decidiu fazer surgir um mundo novo, cheio de harmonia e juventude, do qual seria repelido o contágio do pecado e da morte, sua companheira. Ser-nos-ia oferecida uma vida totalmente nova, livre e resgatada, e encontraríamos no baptismo um novo nascimento, todo divino. […] E como levar a cabo este desígnio? Não convinha que uma virgem puríssima e sem mancha se colocasse primeiramente ao serviço deste plano misterioso, e se tornasse grávida do Ser Infinito, de um modo que transcendesse as leis naturais? […] Tal como, no paraíso, o Criador tinha tirado da terra virgem e sem mancha um pouco de barro para modelar o primeiro Adão, assim também, no momento de realizar a sua própria Encarnação, Se serviu duma outra terra, por assim dizer, a desta Virgem pura e imaculada, escolhida entre todas as criaturas. Foi nela que nos restabeleceu de novo a partir da nossa própria substância e Se tornou um novo Adão, Ele, que fora o Criador de Adão, a fim de que o antigo fosse salvo pelo novo, que é eterno.

Fonte: evangelhoquotidiano.org