STA. ROSA DE LIMA (1586-1617). Oração, caridade e austeridade: 3 palavras que resumem vida desta Peruviana, terciária dominicana e primeira santa das Américas, canonizada pelo papa Clemente X, em 1671. Padroeira da América, Filipinas e Índias Orientais.
Josué 24, 1-2a. 15-18b ; Sal 33, 2-3.16-23 ; Efésios 5, 21-32 ; João 6, 60-69
“ESCOLHEI A QUEM DESEJAIS SERVIR…” ( Josué 24,1-2a. 15-18b) . Depois da morte de Moisés, foi Josué que dirigiu a entrada dos filhos de Israel na Terra Prometida. Mas a região era habitada pelos Cananeus e Filisteus que praticavam outras religiões: isto significava que a fidelidade ao Deus de seus pais iria ser posta a uma rude prova. Josué tinha pois a pesada tarefa de lhes recordar os compromissos assumidos no Sinai. Em cada etapa de avanço do povo, repetia-lhes o projecto de Deus: “Recordai-vos das palavras que vos disse Moisés, o servo dO Senhor : O Senhor vosso Deus concede-vos descanso; Ele deu-vos este país” (Josué 1,13). Assim, no final da sua vida, teve a preocupação de mais uma vez selar solenemente a união das tribos em torno da Aliança: “Josué reuniu todas as tribos de Israel em Siquém”. E, ali, os filhos de Israel prometeram ser fiéis aO Senhor: “Mais vale morrermos do que abandonar O Senhor para servir outros deuses!” Por Deus Se ter revelado como Seu libertador e protector ao longo do percurso da liberdade, o Povo de Israel pôde ousar ter confiança no futuro: “É O Senhor nosso Deus que nos fez sair, a nós e a nossos pais, da casa de escravidão na terra do Egipto, é Ele que operou sob os nossos olhos todos estes grandes prodígios e nos protegeu ao longo do caminho que temos percorrido”.
UMA ESCOLHA PESSOAL (Jo. 6,60-69). Quem exagera ? Jesus com “estas palavras insuportáveis”? Ou os discípulos que tinham comido pão até à saciedade alguns dias antes? A comunidade que pôs por escrito a passagem proposta no evangelho de hoje testemunha uma experiência de fé significativa. Primeiro descobre que permanecer fiel a Cristo é uma graça. Na longa caminhada com O Mestre, as razões para O deixar têm sido numerosas. Quantas vezes os discípulos se afastaram iludidos de que podiam manter-se fiéis nas provações apenas com a sua vontade ? Até ao dia em que sentiram na própria carne que “é O Espírito que faz viver”. A partir daí, o seu anúncio é sem ambiguidade : ninguém pode vir a Cristo se isso não lhe for concedido pelO Pai. A seguir, depois da manhã da Páscoa, a comunidade cristã compreendeu que Cristo é O único Salvador. Durante muito tempo, essa salvação ficara obscura. Para alguns, ela viria numa restauração política, para outros, após um profeta que curaria as doenças e daria de comer ás multidões… Até ao dia em que a comunidade se apercebeu que as palavras de Jesus eram espírito e eram vida. Logo depois, centrada em Cristo, ela reconheceu que Ele tinha palavras de vida eterna. Finalmente, a 1a geração de cristãos constatou que a escolha para seguir Cristo pertence a cada um. Trata-se duma decisão pessoal, duma adesão livre e sem reservas. Partir ou ficar. Acolher o dom dO Pai ou batalhar com as po bres mãos. Viver… ou morrer. Para despertar a nossa atenção e o nosso amor, aprendamos a subir até à fonte, contemplando O Senhor ao longo de todo o Seu percurso terrestre. Ele é O Verbo feito carne, que Se dá em alimento. Porque, como escreveu Maurice Zundel: “A Eucaristia (…) é essa oferenda infinitamente real de uma Presença universal, que só pode juntar -Se a nós se nos tornarmos nós mesmos universais (…) A Eucaristia pressupõe que estejamos preparados para todos os despojamentos, para todas as humilhações, para todos os perdões que preparam o nosso reencontro com O Homem-Deus.”
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro