XVII DOMINGO DO TEMPO COMUM – 26/JULHO/2015

A_SantaAnaESaoJoaquimSTA. ANA E S. JOAQUlM. Durante muito tempo sem filhos, estes judeus piedosos obtiveram a graça, após vinte anos de orações, de gerar uma criança com um destino excepcional: a Virgem Maria, mãe de Jesus.

2 Reis 4, 42-44 ; Sal 144, 10-11. 15-18 ; Efésios 4, 1-6 ; João 6,1-15

“HOUVE UMA GRANDE FOME NO PAíS…”(2 Reis 4,42-44). Ao contrário do vizinho Egipto, que beneficiava todos os anos das cheias do Nilo, Israel podia ter, e teve, períodos de seca, que – num país grícola – inevitavelmente significavam fome. No Livro dos Reis referem -se várias destas situações, no tempo dos profetas Elias e Eliseu: o “país onde corre o leite e o mel” merecia esta lisonjeira designação apenas quando chovia. Também o Novo Testamento relata uma fome no reinado do imperador Cláudio (Act. 11,28). Os tempos de seca podiam ser longos: no tempo de Elias, a falta de chuva, motivo de disputas com a rainha Jezabel, durou 3,5 anos (Lucas 4,25), e a história de Eliseu refere uma seca que durou sete anos (2 Reis 8,1). Ora, a Lei dizia expressamente que os ministros do culto viviam das oferendas dos fiéis. Quando Eliseu recebeu “vinte pães de cevada”, perante a fome que afligia o país, teve remorsos de os guardar só para si e disse ao criado: “Distribui-os a todos para que comam”. Mas o servo não compreendeu a ordem que se lhe afigurava despropositada: que significado poderá ter uma gota de água no oceano, que importância teriam vinte pequenos pães para alimentarem cem pessoas? Mas Eliseu insistiu e explicou: “Dá-os a toda esta gente para que coma. Pois, assim diz O Senhor: hão-de comer e há-de sobejar”. O importante deste relato talvez seja a conclusão: “Então ele serviu-os, comeram e sobej ou, segundo a Palavra dO Senhor”.

A MULTIDÃO CHAMADA A SER UM SÓ CORPO…” (Ef.4,1-6; Jo.6,1-5). A Carta de Paulo esclarece o relato da multiplicação dos pães. Mais significativo do que a desproporção entre o pouco e a superabundância é a relação de Jesus com a multidão. É necessário entender aquilo que Jesus faz, a partir do que Ele é – um único Senhor -, e o que Ele nos chama a ser: um único corpo. Um oferece-Se a todos para que todos sejam um, n’Ele e por Ele. Jesus sacia cada um, alimentando todos. Hoje, fazemos parte desdeste “todo” chamado a tornar-se “um”. Recebemos um alimento que não nos afasta do mundo e nos faz mais atentos aos irmãos particularmente famintos e sedentos. Formar um corpo é um longo caminho de reconhecimento de Cristo. Atentemos no movimento de dispersão da multidão de barriga cheia; não é a dispersão de indivíduos saciados, é um movimento para o reconhecimento. Estamos nesse caminho.

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.