S. BOAVENTURA (1221-1274). Franciscano, sucessor aos 35 anos de S. Francisco. A sua vida foi uma síntese admirável entre a teologia especulativa medieval nascente e a mística, centrada na interioridade, que caracteriza os cistercienses. Trabalhou com sucesso na reaproximação à Igreja Ortodoxa Grega. Foi professor na Sorbonne, pregador, filósofo, místico e governante, e sobretudo santo, como lhe chamou S. Tomás de Aquino. Conhecido como “Doutor seráfico da Igreja”.
BTA. ANA MARIA JAVOUHEY (1779-1851). Consagrou-se a Deus, em 1798, durante uma missa clandestina. Fundora das “Irmãs de S.José Cluny” para promover a dignidade e direitos das crianças, doentes, pobres e africanos escravos. Pio XII beatificou-a (1950).
Êxodo 3, 1-6. 9-12; Sal 102, 1-4. 6-7; Mateus 11, 25-27
“TU AS REVELASTES AOS PEQUENINOS…” (Êx.3,1-6.9-12). Estas palavras de Jesus são um louvor aO Pai. O evangelho de ontem mostrava-nos a cegueira das cidades de Corazim e Betsaida, sem dúvida demasiado orgulhosas e demasiado sábias, e por isso, incapazes de reconhecerem os milagres dO Senhor. A revelação, esse descobrir O Pai na decifração dos sinais que Jesus opera em Seu nome, só é acessivel pela “pequena via” que STA. Teresinha do Menino Jesus nos convida a tomar: a da humildade e da pequenez. Só a pobreza de coração, primeira bem-aventurança, nos abre à revelação da vida divina manifestada nas palavras e actos de Cristo. A entrada na compreensão do mistério não é recompensa de um trabalho de reflexão ou de uma ascése da vontade, mas uma graça de Deus que vem cumular os que estão prontos a acolhê-la. Os “pequeninos” são aqueles que têm consciência da sua fraqueza e se remetem a Deus, esperando tudo d’Ele. A vida autêntica, a vida segundo O Evangelho, está na base da fidelidade e da grandeza de
alma e ela não se encontra imediatamente no final das buscas humanas, mas supõe um olhar de verdade sobre si e uma vitória sobre as nossas mentiras. A simplicidade de coração tem uma riqueza de espírito e clareza de olhar que nenhuma ciência pode transmitir, se não for uma “ciência de amor”, como a de S.Boaventura, que hoje – católicos e anglicanos – celebramos.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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