XIV DOMINGO DO TEMPO COMUM – 5/JULHO/2015

A_NaSinagogaDeNazareSTO. ANTÓNIO-MARIA ZACARIAS (1502-35). Médico e padre católico italiano, fundador da “Ordem dos Clérigos Regulares de S. Paulo”,(Barnabitas, sociedade de padres com regra e votos, que não eram frades nem monges e combatiam a Reforma de Lutero), e da “Congregação das lrmãs Angélicas de S. Paulo” com igual finalidade.
lncentivavam a Comunhão Eucarística, a leitura orante da Bíblia (Lectio Divina) e as 40 Horas de Adoração ininterruptas do SSMO. Sacramento. Morreu com apenas 35 anos de idade. O papa Leão Xlll canonizou-o em 1897.

Ezequiel 2, 2-5 ; Sal 122,1-4 ; 2 Coríntios 12, 7-10 ; Marcos 6,1-6

“OUVI O SENHOR QUE ME FALAVA…” (Ezequiel 2,2-5). Muitos profetas ouviram O Senhor falar-lhes. O que aqui espanta não é portanto que Deus fale a Ezequiel para o enviar ao Seu Povo: o que espanta é isso acontecer long e do seu país, numa terra estrangeira. Naquele dia, a Palavra de Deus ressoou na Babilónia no meio de um povo exilado. Mas a presença de Deus não está limitada a um dado território? Era esta a convicção arreigada em todos os povos vizinhos de então: as divindades – acreditavam eles – reinavam não apenas nos povos, reinavam sobretudo nos territórios; assim, quando as pessoas mudavam de país reverenciavam logo as divindades locais. Sucedeu isto com Rute, a Moabita, quando se decidiu seguir a sogra Noémia para Israel, retirando daí as consequências: “O teu povo será o meu povo e O teu Deus será O meu Deus!”).

A PALAVRA PEDE UM ACTO DE FÉ (Marcos 6,1-6). A palavra de Jesus surpreende, interpela e faz falar! Mas na sinagoga da Sua terra, não é a mensagem que Ele traz nem o seu conteúdo que são atendidos. Porque será necessário, em vez de nos colocarmos à escuta e receber o visitante do dia, acolhendo-o tal como ele é hoje, buscar semp re o como e o porquê e desejar apropriar-nos do homem, da sua mensagem e dos benefícios que dela podemos retirar?
Todavia o que Jesus realiza é conhecido. Mas isso não lhes basta. A palavra terá mais peso segundo a origem de quem a pronuncia? Será preciso ter “carta branca” para ousar uma pa lavra ou fazer acções? Estará Jesus prisioneiro do Seu lugar de origem, que lhE retirará por princípio a Sua credibilidade ou que será objecto de uma recuperação? A força da palavra de Jesus pede um acto de fé, uma adesão e acolhimento activos. Isto será sempre actual: O Espírito traz a força do apelo à conversão e à mudança dos corações, mas o endurecimento dos preconceitos é muitas vezes mais forte que a liberdade da Boa -Nova. Porém, nem tudo está definitivamente encerrado, os sinais do dom de Deus continuam a realizar-se, “Ele curou alguns doentes impondo- lhes as mãos” (Marc.6, 5). E “Ele prosseguiu o Seu caminho e prégação”. Sendo assim, porquê, no meio dum mundo perturbado e incrédulo, não pedi mos a fé que liberta, que dá a audácia do testemunho e a coragem para assumir responsabilidades, a começar nas nossas aldeias e vilas até aos compromissos sociais, caritativos ou políticos, com base em critérios que são incómodos? Com critérios em que “a fé move montanhas!”

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.