SEXTA-FEIRA– 8/MAIO/2015

a_SenhoraDeTodasAsGraçasNOSSA SENHORA MEDlANElRA DE TODAS AS GRAÇAS. Título glorioso da Virgem Maria fundado na sua dupla maternidade : natural, em relação a Jesus ; espiritual, em relação aos homens. Nossa Senhora é colaboradora activa na obra da redenção : sofreu no seu íntimo com o sacrifício de Jesus. Jacinta, a pastorinha de Fátima, avisava a prima Lúcia : “Diz a toda a gente que Deus nos concede todas as graças por meio do Coração Imaculado de Maria… que lhe peçam a paz, pois Deus a concedeu a Ela”.

Actos 15, 22-31 ; Sal 56, 8-11 ; João 15, 12-17

“FUl EU QUEM VOS ESCOLHl…” (Jo.15,12-17). “O homem salvo é essencialmente um homem chamado”, dizia o papa S.João-Paulo ll. É esta experiência fundamental que temos de descobrir: a nossa vida ganha sentido se for a resposta a um apelo. Apelo à existência, apelo a amar, apelo a escutar a palavra de Deus que se dirige a mim de modo pessoal. Mesmo nas provações, nos fracassos ou nos meus pecados, Deus não me deixa só e chama-me para sair do meu mundo mesquinho. Deus é mais íntimo a mim mesmo que o meu pecado. Ele vê mais longe, com mais amplitude e mais beleza para mim que eu próprio. Através da meditação da Sua Palavra, eu posso escutar que Deus Se dirige a mim e, com a Sua graça, dar-lhE uma resposta. A iniciativa parte d’Ele, porque nos escolheu para dar muito fruto. O mandamento do amor, que Jesus nos deixou, enquadra-se nos poucos versículos do evangelho de hoje. Mas, entre as suas duas formulações, há todo um percurso : “Amai-vos como Eu vos amei”. A maneira própria de Jesus amar explicita-se pouco a pouco. Em primeiro lugar é um amor absoluto: o amor de Jesus é “o maior”, é aquele que vai até ao dom da Sua vida ; depois, é amor que partilha : tudo aquilo que tem destina-se a enriquecer o outro. Os discípulos – transformados em “amigos” – vêem revelar-se os segredos do Pai, tudo o que d’Ele recebeu o Seu Filho único. Por fim é um amor fecundo : enraizados nesse amor os discípulos – por sua vez – podem ir junto dos irmãos e transmitir-lhes a vida. Compreende-se então melhor o “como” : não se trata duma mera imitação. Aliás, quem poderia “copiar” Jesus?

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.