Isaías 49, 1-6 ; Sal 70, 1-6ab. 15. 17 ; João 13, 21-33. 36-38
“FILHINHOS…” (Jo.13,21-33). Deixemo-nos tocar sem vergonha pelo carácter tão humano e pungente da cena.
São os últimos momentos de Jesus com os Seus. Todos sabem que Ele está em perigo e que tem medo.
Dois episódios são reveladores : uma traição – assunto de dinheiro – e também de segurança ; e uma negação.
Aqueles homens fracos à volta de Jesus, são como crianças em expectativa ansiosa que Jesus aumenta ao
anunciar a Sua partida definitiva. E, todavia, é neste momento de angústia que Jesus – também perturbado – diz
palavras duma solenidade intensa: “Agora O Filho do homem vai ser glorificado e Deus será glorificado n’Ele”
O gesto de Jesus, a dar o pedaço de pão a Judas, é ambíguo e poderia honrar um conviva. Pode dizer-se que Jesus entrega Judas ao poder do mal e Satanás entra nele. Mas, para o evangelista, o combate que se inicia ultrapassa a pessoa de Judas : é Jesus que irá lutar com o príncipe das trevas. Os acontecimentos desoladores, cuja ameaça está tão próxima e contêm em si uma tão grande verdade
humana, são também um mistério de Glória. A transfiguração está, no íntimo, no coração da desfiguração. Agora, após a morte de Jesus sabemos que todo o drama humano se reveste deste carácter misterioso, capaz de vencer os mais legítimos desesperos. Que O Espírito Santo me faça aproximar da Paixão de Cristo com o coração aberto e uma fé viva!
“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
Deverá estar ligado para publicar um comentário.