QUARTA-FEIRA – 11/MARÇO/2015

SaoSofronioDeJerusalemS. SOFRÓNIO DE JERUSALÉM (560-638). De ascendência árabe, era professor de retórica em Damasco. Apaixonado pelo estudo das Escrituras entrou no mosteiro palestiniano de S. Teodósio onde se tornou discípulo e amigo de S. João Mosco. Patriarca de Jerusalém, combateu o monotelismo, heresia que ensinava que Jesus tinha uma única vontade, a divina, excluindo assim a vontade humana na Sua Encarnação. Sofrónio morreu logo depois da conquista de Jerusalém pelo califa Omar I, em 637, mas não antes de ter negociado o reconhecimento das liberdades civis e religiosas dos cristãos em troca de tributos, acordo conhecido como “Acordo de Omar”, que reconhecia o Patriarcado de Jerusalém como a autoridade guardiã dos lugares Santos, das comunidades cristãs, dos mosteiros e dos conventos. O Patriarcado ficava ainda como mediador entre as autoridades cristãs e muçulmanas. Além de escritos dogmáticos, Sofrónio, deixou-nos importantes obras hagiográficas e litúrgicas (primeira versão dos “Impropérios” de Sexta-feira Santa).

Deuteronómio 4, 1. 5-9 ; Sal 147, 12-13. 15-16. 19-20 ; Mateus 5, 17-19

“UM DESTES MANDAMENTOS…” É difícil viver a vida cristã numa vida de liberdade, de acolhimento de Cristo e de todos os homens. Porque, de facto, oscilamos sempre entre o moralismo – aspecto que julgamos ter exorcizado de uma vez por todas, mas que apenas recuou alguns passos para a sombra da nossa boa consciência – e a rejeição de todos os constrangimentos, regras, ensinamentos… Salvaguardar as proporções, encontrar a justa medida, será isso O Evangelho? Nos compromissos, de equilíbrios e de conveniências, Deus fica ausente e a vida torna-se asfixiante, pequenina, mesquinha: sempre a ser vivida com medo na forma de andar, sempre uma vida a cantar e até a dançar a um ritmo imposto pelos outros, pelos costumes, etc… Isto torna-se de facto muito falso e fatigante! Se nos identificarmos nesse “fiel” desilusionado – e quem não o terá sido alguma vez? -, abramos O Evangelho como se nunca o tivessemos feito antes, para aí descobrirmos a face do amor. Amor que relativiza todas as coisas, mas que dá aos trabalhos e tarefas um valor divino. Basta reconhecermos O Amor dO nosso Pai, que Se oferece sempre através “disto” ou “daquilo”, e para além de…
Toda a “lei” se transformará então numa escola de liberdade, numa escola de amor impossivel de apagar.

“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.