QUARTA-FEIRA DE CINZAS – 18/FEVEREIRO/2015

S. TEOTÓNIO (1082-1162). Formado em teologia e filosofia em Coimbra e Viseu, amigo de São Bernardo. Aliado e conselheiro do rei D.Afonso Henriques, foi co-fundador do “Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra”, com mais onze religiosos (Cónegos Regrantes de S.TO Agostinho), mosteiro de que foi Prior. Recusou ser bispo mais de uma vez, e é o
primeiro santo português. Foi canonizado por Alexandre lll, um ano após a sua morte.

B.TO FRA ANGÉLlCO (1400-55). Dominicano, iconógrafo italiano, talvez o artista maior do Gótico tardio (início do renascimento). S.João-Paulo ll beatificou-o (1982). “A obra fê-lo merecer o céu, por se poder contemplar toda a sua beleza por ele representada na terra”.

Joel 2, 12-18 ; Sal 50, 3-6a.12-14. 17 ; 2 Cor. 5, 20–6, 2 ; Mateus 6, 1-6. 16-18

“RECONCILIAI-VOS COM DEUS…” (2Corínt. 5,20). Converter-se, é acreditar que Jesus-Cristo nos quer conduzir não às pequenas felicidades passageiras, mas à grande felicidade: da Salvação. Receber a imposição das cinzas significa colocar nesse momento um sinal que, com actos, se pretende fazer crescer no tempo, mostrando que a Boa-Nova dá resposta ao nosso desejo de verdadeira felicidade. Cada um saberá ver no coração aquilo a que é chamado : este, a um gesto de perdão, aquele, à partilha do seu tempo, da sua ternura, dos seus bens, ou ainda a um gesto de solidariedade pela oração ou pela entreajuda. Para fazer esses gestos, não chega a nossa vontade, é necessária a ajuda dO Senhor. É o que nos diz S.Paulo : “Em nome de Cristo (…) suplicamo-vos : reconciliai-vos com Deus”.

“NO SEGREDO…” (Mateus 6,1-6.16-18). Orar, jejuar, dar esmola “em segredo” : é o convite de Quarta-feira de Cinzas para a Quaresma. Ocasião não para proezas mas para a humildade e discrição. A Quaresma propõe-nos uma atitude espiritual que se concretiza em gestos, actos e palavras, sempre vividos “em segredo”. Talvez uma resolução para esta Quaresma possa ser justamente não falar do que nos propomos “fazer”, para melhor o vivermos diante de Deus: orações, ofertas, privações diversas, e sobretudo uma caridade “que nos doa”(1 Tessalonicenses 1,3). Viver isto “em segredo” será um magnífico caminho de intimidade renovada com Cristo.

“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.