S. MARCELINO CHAMPAGNAT (1789-1840) . A 28Out./1816 – há quase 200 anos – o P. Champagnat foi chamado à cabeceira dum adolescente de 17 anos que morria de tuberculose. O prior de LaValla, cerca de Saint-Chamond descobriu que o rapaz se extinguia sem nunca ter ouvido falar de Deus e ficou perturbado. Todo o passado lhe veio à memória: a sua infância sem instrução; a passagem providencial na quinta familiar dum sacer dote que o tinha incitado a estudar; as dificuldades encontradas no pequeno seminário de Vérrières e no grande seminário de Lion, para vencer as numerosas lacunas; a ordenação em 1816 e, por fim, os votos feitos em NaSa de Fourvière, com alguns amigos, para fundar uma “Sociedade de Maria” que recristianizasse a França. Champagnat compreendeu, então, que chegara o momento de meter mãos à obra que trazia no coração. Em 2/Jan/1817, o P. Champagnat reuniu-se num pardieiro com 2 jovens voluntários interessados na sua idéia. Nascia o Instituto dos “Irmãozinhos de Maria” (Irmãos Maristas), nome que muito amava porque resumia 3 das suas prioridades: a humildade, a vida fraterna e a devoção à Virgem. Livre da sua tarefa de vigário em 1824, Marcelino Champagnat pôde ocupar-se da formação pedagógica e espiritual dos seus irmãos, abrir as 1.as escolas, iniciar a construção da casa de Na Senhora do Ermitério… Em 1836, fez os votos religiosos na Sociedade de Maria dirigida pelo amigo Jean-Claude Colin, mas, gasto pelo apostolado, entregou a alma a Deus 4 anos depois. Apesar do cepticismo e hostilidade de alguns, o Instituto cresceu graças à fé e confiança transmitida pelo P. Champagnat que costumava perguntar : “Será possível falhar quando se tem o bom Deus por si, e se faz a Sua obra?”
1 Reis 17,1-6 ; Sal 120,1-8 ; Mateus 5,1-12
“FELIZES…! ” (Mat. 5,1-12) . Poucos homens estão habituados a ouvir-se dizer que são felizes. Talvez até não gostem nada de o fazer. Todavia, isso é algo que Jesus jamais aceitou calar. Se Ele veio, foi para “ anunciar a Boa Nova aos pobres”, ou não será isso que Jesus faz quando nos diz : “Quanta felicidade há em ser pobre!” ? É verdade que, no Evangelho de hoje, Mateus determina e precisa: “de espírito”; enquanto Lucas acrescenta, para justificar o paradoxo: “mas será vosso O Reino de Deus”. Quer dizer: para se entrar nessa “felicidade” é necessário passar a outro plano, diferente daquele onde habitualmente nos debatemos e lutamos. No mundo, quem ganha é com frequência o que esmaga o outro, é aquele que brilha na sociedade, é quem empobrece o próximo. Todavia, Jesus propõe-nos outra lei, a lei da mansidão, da misericórdia e do dom de si. As Bem-aventuranças são o antídoto a um mundo violento, porque elas dão-nos o essencial do sentido da vida. Elas estão viradas para O Pai. E é por Ele ser pobre, manso, misericordioso, paz e dom, que Se volta para nós. Viver as Bem-aventuranças, é entrar neste movimento em que O Pai Se junta a nós. Há duas “felicidades”, no seio da única “felicidade” anunciada por Jesus : a da esperança segura – segundo Lucas – num futuro melhor e a da descoberta – graças aO “Espírito”, reclamado por Mateus – dum sentido maravilhoso dentro do tempo presente. Estas duas felicidades têm pelo menos um traço comum : ninguém as pode retirar a ninguém.
“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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