BTA. CAMlLA BATTISTA DE VARANO (1458-1524). Apesar da oposição familiar, esta italiana entrou com 23 anos no mosteiro das Clarissas de Urbino. Humanista, teve experiências místicas incomuns, dos quais encontramos vestígios nos numerosos escritos que deixou, reveladores do seu ardente amor por Jesus-Cristo crucificado.
BTA. MARIA CELINA DA APRESENTAÇÃO (1878-1897). Muito marcada pela deficiência física e miséria material, esta religiosa Clarissa da Gironda, foi durante a sua breve existência, um modelo de humildade e de confiança em Deus. Beatificada em 2007.
2 Pedro 1, 1-7 ; Sal 90, 1-2. 14-16 ; Marcos 12, 1-12
“JESUS COMEÇOU A FALAR-LHES EM PARÁBOLAS… ” (Marc. 12,1-12) . Não é para se tornar interessante que Jesus nos fala em parábolas. Mas Ele diz-nos assim o que há de mais importante. Só os que quiserem penetrar no que fica secreto por detrás das imagens O compreendem. Jesus retoma o belo poema de Isaías : “O Meu bem-amado tinha uma vinha…”, mas vai mais além. O bem-amado é um homem que confia a vinha aos vinhateiros, parte de viagem, e envia servos para receber a sua parte. Os servos são mal recebidos, espancados e mortos. E até o filho será morto e atirado para fora da vinha. Marcos coloca esta parábola alguns dias antes da Paixão de Jesus. Por sua vez, o dono da vinha fará morrer os vinhateiros e confiará a vinha a outros. Mas será que os escribas e aos anciãos que O escutam O compreendem? E nós? A parábola dos vinhateiros homicidas anuncia a rejeição de Jesus pelos chefes de Israel. Esta rejeição, porém, não anulará o projecto de salvação de Deus. Paulo, na carta aos romanos, desenvolverá longa e magistralmente este tema. A obra do Senhor é maravilhosa porque, depois e com Paulo, os primeiros vinhateiros irão retomar o seu lugar na obra de salvação tornada universal! Todavia, num 2o nível de leitura, a parábola também respeita à relação de nós cristãos com o mundo incrédulo dos nossos dias. Não será por ignorarem quão maravilhosa é a obra dOSenhor que os homens de hoje recusam a Sua mensagem? Não será por procurarem algures outras maravilhas que se lhes revelam ilusórias? E a sua ignorância não advirá também do testemunho insuficiente que damos a seus olhos? De facto, não podemos interpretar as palavras de Jesus como não nos obrigando a revelar aos outros a maravilha que encerram. Para isso teremos que começar por nós próprios, vivendo-as no seu deslumbramento. Não será banalizando o acontecimento mais extraordinário que o mundo alguma vez conheceu que o apresentaremos de modo credível aos que nos rodeiam, para que também eles descubram a mensagem infinitamente desejável, aguardada no seu coração.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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