DIA DA MÃE. No ano Jubilar da Misericórdia, iniciamos o mês de Maio com o “dia da Mãe”. Neste dia, a maioria pode recordar a sua mãe na terra e todos os católicos começam a viver um mês em que a Igreja lhes recomenda a oração dO Rosário. Mas, porquê orar a Maria e não directamente a Deus? Porque O próprio Cristo lhe entregou os homens Seus irmãos, na pessoa do discípulo bem-amado: “Mulher, eis aí o teu filho” (Jo.19,26) . Basta ler o Evangelho para se compreender que a Mãe dO Filho único pode, como mais ninguém, interceder junto dO Pai pelas filhas e filhos adoptivos que todos somos. O que Deus deseja, Maria deseja. Maria está preparada : a sua expectativa é atendida porque a sua oração é perfeita. Mas, como orar a Maria ? Não oramos a ela como oramos aO Pai, Filho e Espírito Santo. Quando recitamos a “Avé Maria”, constatamos imediatamente que orar à mãe de Jesus é pedir-lhe que ore por nós. É um apelo à intercessão de alguém, que é, como nós, uma criatura de Deus, e que, como nós, se volta para O Deus invisivel. Será que acreditamos realmente, como Maria, na omnipotência da oração ? Será que acreditamos, como ela, que o discípulo de Cristo, quando ora aO Pai em verdade, é atendido? Será que acreditamos, como ela, que, se nos deixarmos levar por Deus, alcançaremos a felicidade da ressurreição?
Actos 15, 1-2. 22-29 ; Sal 66, 2-3. 5-6. 8 ; Apocalipse 21, 10-14. 22-23 ; João 14, 23-29
UM DUPLO MOVIMENTO. ( Apocalipse 21,10-14.22-23.8 ; João 14,23-29). Um movimento descendente: O Verbo fez-Se carne. “O anjo mostrou-me a Cidade santa, Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus : ela tinha em si a glória de Deus”. Cristo, tal como a Igreja, são-nos dados por Deus. Nem Ele nem Ela são uma produção humana. Tal como uma corda que viria do céu para o homem poder por aí trepar, ou melhor, como uma nave… Um movimento ascendente: a Ascensão dO Senhor. A Igreja é tomada neste movimento ascendente porque ela é O corpo de Cristo. Dada pelO Pai a Seu Filho, está tão intimamente unida a Ele que é metida com Ele na glória, e la que, com excepção da Imaculada, é composta de pobres pecadores… O padre Jerónimo, monge cisterciense, sugere uma tradução singular do início do evangelho deste domingo. Propõe a seguinte tradução (que o texto grego permite): “Se alguém Me ama, guardará a Minha palavra e Meu Pai o amará. Esse “alguém” e Eu viremos para O Pai, e na casa dO Pai faremos uma morada”. Esta leitura, nem comum nem tradicional, não está todavia errada. Porque O Filho desceu para nos fazer subir para O Pai: “Quando Eu tiver ido e vos tiver preparado um lugar, Eu voltarei e hei-de levar-vos para junto de Mim, a fim de que, onde Eu estiver vós estejais também”. (João 14,3). Para permanecer nO Senhor, é necessário “guardar a Sua palavra”.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.