TERÇA-FEIRA – 26/ABRIL/2016

Actos 14,19-28 ; Sal 144, 10-13ab. 21 ; João 14, 27-31a

“A MlNHA PAZ ” ( Jo. 14,27-31a) . O início desta passagem da última prégação de Jesus merece ser traduzido palavra por palavra, por mais estranho que seja o resultado do texto português a que se chegar: “Deixo-vos a paz ; uma paz – a Minha – que a dou a vós”. Esta não é uma “paz” qualquer, é a de Jesus; e Ele não se contenta em a “ deixar”, como se deixa um objecto ao partir, porventura esquecido: Jesus “dá” expressamente essa paz como uma dádiva, como algo muito precioso que nos trará felicidade. Ora se Jesus está disposto a dar-nos a paz é porque pode dispôr dela. E se Ele a dá, é ainda porque deseja que também seja nossa. Num dom desta magnitude o que conta não é o que se dá, mas sim a relação que se estabelece entre que m dá e quem recebe. Qualquer presente em si mesmo – mesmo sendo algo tão precioso como esta misteriosa “paz” – apenas acrescenta uma nota suplementar à alegria da partilha comum. Que este dom nos tenha sido concedido no momento da Sua partida, tem o significado profundo de que a relação criada não irá sofrer com a separação : permaneceremos e manter-nos-emos unidos até que Ele venha.

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.