S. BENTO MENNI (1841- 1914). Este milanês descobriu a sua vocação aos 18 anos, na gare de Milão, repleta dos soldados feridos na batalha de Magenta (1859, na 2ª Guerra da independência da Itália contra a Áustria), ao ver como eles eram tratados pelos Irmãos Hospitaleiros de S. João de Deus. Maravilhado, pediu a admissão e recebeu o hábito no ano seguinte. Foi ordenado em 1866, e no ano seguinte, com apenas 26 anos, foi enviado pelo papa Pio IX a Espanha, para ali restaurar sua Ordem. Perante a urgente necessidade de atendimento das mulheres doentes mentais, fundou (com Maria Josefa Recio e Angustias Gimenez, em 1881) a “Congregação das Irmãs Hospitaleiras”. Ele mesmo implantou a Congregação em Portugal. Homem de caridade inesgotável e de excepcionais dotes de governo, foi testemunha fiel do amor de Deus aos mais pobres e marginalizados. Quando morreu em Dinan (França), existiam já 22 grandes centros entre asilos, hos- pitais gerais e hospitais psiquiátricos. O papa S.João-Paulo II canonizou-o em 1999.
Act.14, 21b-27 ; Sal 144, 8-13ab ; Apoc. 21,1-5a ; Jo.13, 31-33a. 34-35
TUDO COISAS NOVAS (Apoc.21,1-5 a). Para os leitores familiarizados com a Escritura, estes 5 versículos do Apocalipse despertam múltiplas ressonâncias, que manifestam o cumprir das profecias e o regresso à história entre Deus e a humanidade, colocada sob o signo de uma rotura original com carácter dramático. Isaías anunciava a criação dos novos céus e nova terra bem como o fim de um passado doloroso (Is.65,17). Ezequiel deixava entrever a renovação da aliança e a proximidade da “morada de Deus”, ou seja a Sua presença activa no meio do Povo (Ez.37). Aquilo que, igualmente, referia a profecia dO Emanuel (Is.7). E se, no Capítulo 3, do Génesis – relato da expulsão de Adão e Eva do paraíso – se descrevia a separação dos humanos de Deus, aqui hoje, nestes versículos do Apocalipse garante-se a reversão da maldição de uma vida cheia de morte e lágrimas. A Igreja, sob a figura da Cidade Santa, Esposa dO Cordeiro, dá-nos a contemplar a Aliança renovada e definitiva, selada na Páscoa de Cristo, acontecimento que muda irrevogavelmente o curso da história colectiva e as nossas histórias individuais. Deus revela-Se como Aquele que consola e recria pelo dom dO Seu Filho. Será que que já alguma vez fizemos, pessoalmente, a experiência luminosa da consolação que vem de Cristo ? Experiência que nos terá deixado entrever toda a glória e peso da novidade instaurada por Cristo ? Mas como conhecemos as lágrimas e o sofrimentos daqueles que nos são próximos, faremos muitas vezes perguntas a que o texto bíblico não dá resposta. Ele apenas nos propõe um caminho de fé, num desejo atravessado pela esperança.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
Deverá estar ligado para publicar um comentário.