IV DOMINGO DA PÁSCOA – 17/ABRlL/2016

a_SantaCatarinaTekakwithaDOMINGO DO BOM PASTOR

STA. CATARINA TEKAKWITHA (1656-1680) . Índia “algonquino-mohawk”, nascida no actual estado de Nova Iorque. Aos 4 anos, uma epidemia de varíola dizimou a comunidade e ela ficou orfã, ao cuidado de um tio, com o rosto marcado pela doença e a visão comprometida. Com a derrota dos índios pelos franceses, o tio teve que alojar três missionários jesuítas e ela (com 11 anos) foi encarregada de os servir. Soube então da existência das Irmãs Ursulinas, que faziam voto de castidade como os missionários, votos que também eram tradição nos índios. Assim, recusou o casamento que lhe propunham e, em 1676 , foi baptizada. De imediato se tornou pária na sua aldeia e teve que fugir para a missão de S.Francisco Xavier no Quebec, onde encontrou outra convertida que conhecera a mãe mas concordava que ela se devia casar. Porém, a determinação de Tekakwitha era total, e finalmente fez os votos 1679. A sua devoção era lendária, com jejuns e vigílias que lhe minaram a frágil saúde. Primeira índia venerada na Igreja Católica, após canonização por Bento XVl, em 2012. É padroeira da ecologia.

Actos 13, 14. 43-52 ; Sal 99, 2. 4-6. 11-12 ; Apocalipse 7, 9. 14b-17 ; João 10, 27-30

OBRIGADO À IGREJA PELAS VOCAÇÕES (Jo. 10,27-30) . “A lgreja é a casa da misericórdia, e constitui o “humus” onde a vocação germina e dá fruto” (mensagem do papa Francisco para a 53a Jornada mundial de oração pelas vocações, que termina hoje). A nossa oração, neste domingo, pode começar com um grande “obrigado” a toda a Igreja. Obrigado, porque sem ela não conheceríamos aquilo a que somos chamados. Cada um de nós já terá feito a experiência do papel da comunidade na sua própria vocação. Quem nos falou daquele grupo que procurava um animador ou da equipa de liturgia a que faltava um leitor? Não por o serviço ser, necessáriamente, uma vocação, mas porque pode ser a “agulha” do nosso próprio chamamento. A vocação cristã é um dom da misericórdia divina que devemos acolher e alimentar. Encontros e compromissos ajudam-nos a identificá-la. STA. Teresinha, depois de enumerar os caminhos que gostaria ter seguido, concluia : “Por fim encontrei a minha vocação : o amor”. Amar Deus no serviço dos outros, é cumprir a vocação última de qualquer cristão. Quem nos deu o desejo de casar?, de pedir o baptismo para nós ou para os nossos filhos?, de ser sacerdote?, de consagrar a vida à evangelização? Fortes com a própria história, temos a missão de chamar os outros à nossa volta e de acompanhar as missões. Obrigado à Igreja! Os cristãos sabem que o tesouro que lhes é próprio é conhecerem o “Mistério da Trindade”. Mas que significam estas palavras? Será a imagem duma realidade única com 3 cabeças, ou 3 rostos? Como poderá ser de outra forma quando à partida se afirma a unidade de Deus, apesar de se dizer que Ele, O é “em Três Pessoas” – sem perguntar demais o que deve incluir-se na preposição “em”? Apenas sabemos que o amor une. Ora, sendo Deus O Bom Pastor do amor absoluto é natural que Ele seja a Unidade perfeita. Jesus, no anúncio dO Reino, nunca pronuncia a palavra “Trindade”, pois parte do facto – simples e evidente – que Seu Pai e Ele são duas pessoas distintas. Mas, a partir daí, Ele quer fazer-nos descobrir a ligação incomparável que existe entre ambos, e – de acordo com o Evangelista – ao dizer-nos que Ele e O Pai “são Um”, Jesus exprime-Se da melhor forma possível na pobre linguagem humana.

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.