S. LEANDRO (534-601). Monge e depois Arcebispo de Sevilha, combateu a heresia ariana em Espanha e contribuiu para a conversão dos reis visigodos à fé católica. Presidiu ao Terceiro Concílio de Toledo, em 589, que confirmou essa conversão. Introduziu na Missa, no Ocidente, o Credo de Niceia. Doutor da Igreja.
3o ANIV.DA ELEIÇÃO DO PAPA FRANCISCO
Isaías 43,16-21; Sal 125,1-6; Filipenses 3,8-14; João 8,1-11
O SENHOR FAZ CORRER RIOS NO DESERTO… (Is. 43,16-21) . Num período dramático da história de Israel – o exílio da Babilónia, no séc.VI a.C. – o profeta Isaías procura dar nova confiança aos compatriotas. Para isso, recorda-lhes um período ainda mais duro, quando eram escravos Egipto e Deus os libertara de forma extra- ordinária : «O Senhor abriu um caminho no mar, uma vereda no meio das águas poderosas». A bem dizer não se trata agora de mar mas sim de um deserto árido, que separa Babilónia de Jerusalém. Pouco importa ! O Deus libertador também fará brotar água onde ela não existe: «Sim, Eu vou abrir uma estrada no deserto e fazer correr rios nos lugares áridos… para matar a sede ao povo Meu eleito». «Não vos recordeis mais de outrora, não penseis mais no passado». O Povo de Israel será – ainda e sempre – O «Eleito» de Deus. E diz tudo isto recorrendo a uma metáfora promissora : a metáfora do gérmen. O crescimento discreto, invisível, impalpável – mas seguro e por vezes desmesurado – de um humilde grão enterrado, não será de facto uma formidável lição de esperança?
A VIDA EM ABUNDÂNCIA (Jo. 8,1-11). A mulher acusada de adultério vai viver um autêntico ca- minho pascal. Caçada no seu pecado, no seu descaminho, com a violência de outros, ela vive a morte da vergonha, do anonimato, do ódio, para se tornar naquela a quem O Verbo Se dirige e envia : «Vai!» A ordem que recebe é a de não voltar a pecar, ou seja a de escolher resolu- Jesus toma a defeza da mulher adúltera tamente uma vida a seguir Cristo, Luz do mundo. É Ele que lhe abre a passagem. É o Seu perdão que a faz renascer para uma vida nova. A palavra de Jesus, porque é verdade, liberta-a. Esta palavra é também proposta de libertação para os acusadores, presos numa violência mortífera, e na necessidade de consolidarem a unidade à custa de um terceiro, e a coberto da rectidão moral e religiosa. Esta cena evangélica está ligada à Paixão de Jesus que Se fez semelhante a nós, excepto no pecado (2 Corínt. 5,21). Também Ele se viu confrontado com a violência mortífera que, com graus diversos, habita o coração de cada um, e se exprime na necessidade de excluir, de cata- logar de forma definitiva os próximos ou os menos próximos. Gabriel Metsu (1629-67) À luz do conjunto do capítulo 8 de João, este texto interroga-nos sobre a relação que temos com a verdade, sobre a nossa gestão da palavra: uma palavra enraízada na escuta dO Pai ou uma palavra que reflecte aquilo que outros nos disseram (Jo.18,34)? Saibamos expôr à luz de Cristo o medo que nos habita e gera violência. Saibamos transformá-lo, com a ajuda dO Espírito, num trampolim para uma atitude de abandono confiante em Deus. Isso implica a abertura prévia à Palavra de verdade de Cristo e encontrar tempos de escuta. A participação na Vida de amor Trinitária passa por aí.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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