S. NESTOR (251). Bispo de Magidos, na Pamfília (actual Turquia). Morreu crucificado na perseguição de Décio.
Génesis 37,3-4.12-13a.17b-28; Sal 104,16-21; Mateus 21,33-43.45-46
QUE A VINHA PRODUZA OS SEUS FRUTOS (Mat.21,33-43.45-46). “A vinha dO Senhor do universo, é a casa de Israel” (Is.5,7). Esta citação do profeta faz-se eco da palavra evocada no evangelho de hoje: O Mestre divino enviou muitos servos da Sua Palavra (profetas) ao Seu povo. Mas este raramente os escutou. Acontece hoje exactamente a mesma coisa com as mensagens de Nossa Senhora em La Salette, Lurdes, Fá-tima, Pontmain e noutros lugares, cujos avisos e recomendações ignoramos deliberada e conscientemente. A salvação do mundo é “obra dO Senhor”: os discípulos de ontem e de hoje devem cooperar nela com todo o entusiasmo, física e espiritualmente. Dispostos a ser mal compreendidos, mal recebidos e mesmo a darem a própria vida, sem jamais renegarem a ligação a Cristo, pedra angular da sua fé. Jesus é a pedra rejeitada pelos construtores; esta é a imagem admirável do Seu destino terrestre. Os chefes de Israel julgavam estar a construir e ter habilitações para isso. Porém, Jesus não encontrava neles o Seu lugar; algo n’Ele “desafinava”, alguma coisa não batia certo porque recusava ajustar-Se a ideias pré-concebidas. Jesus é a pedra de fecho da abóbada. É aquele bloco – último no topo dum arco – pedra singular que mantém de pé todas as outras, pedra que conclui a construção e lhe dá o seu coroamento. Há-de ser Jesus que – no final da história – virá coroar a humanidade, ou melhor, o universo inteiro, e dar-lhe unidade, beleza e solidez definitivas, para Se tornar “sua cabeça”, como mais tarde Paulo escreve aos Efésios. Portanto, quer sejamos propensos a lançar o olhar para trás ou para diante – para meditar sobre o passado ou para construir o futuro – será sempre a pessoa de Jesus que nos surgirá recortada no horizonte. Uma pedra não consegue ser ao mesmo tempo fundação e cume, mas Jesus sim! E, até o brilho das mais magníficas metáforas, deixar-nos-á o espírito à entrada dum patamar de mistério.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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