SEXTA-FEIRA – 12/FEVEREIRO/2016

Isaías 58,1-9a; Sal 50,3-6a.18-19; Mateus 9,14-15

QUANDO A VOZ DO OPRIMIDO NOS CHAMA (Isaías 58,1-9a). Pode pensar-se que o jejum diz só respeito à nossa relação com Deus. Todavia, já o profeta Isaías alargara esta visão ligando o jejum à caridade. Para quê “curvar a cabeça como um junco” se os interesses económicos continuarem prioritários, se a exploração do fraco for a aposta e as disputas as habituais? Em sentido alargado, “clamar por Deus” buscar o pobre. E “ouvir a resposta de Deus”, é ouvir o oprimido que geme à nossa porta. Agradeçamos aO Senhor por estes dias em que o nosso jejum se abre aos que têm necessidade de nós : um cônjuge, um vizinho, um colega, um estrangeiro… Os desfavorecidos têm múltiplos rostos.

“PORQUE NÃO JEJUAM OS TEUS DISCíPULOS?…” (Mat.9,14-15). Nas Sextas feiras da Quaresma, abstemo-nos de carne em memória da paixão de Cristo e do dom da Sua vida por nós na cruz. Ele próprio jejuou 40 dias no deserto. Por nossa iniciativa, podemos jejuar muitas coisas inúteis – e até úteis – em união com Ele. Mas há um jejum mais fundamental na vida dos discípulos, tal como na nossa. Para eles foi a separação física dO Seu Mestre e amigo, brutalmente retirado. Terão eles entendido o anúncio que Jesus lhes fizera ? O dia-a-dia da nossa fé é esse mesmo: acreditar n´Aquele que não vemos não será jejum ? Apenas pela mediação dos sacramentos, particularmente da Eucaristia, viveremos já as núpcias dO Cordeiro.

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.