Sábado da 23ª semana do Tempo Comum – 12/SETEMBRO/2015

SantissimoNomeDeMariaDO MISTERIOSÍSSIMO, EFICACÍSSIMO, E DULCÍSSIMO NOME DE MARIA: Foi imposto este nome à Senhora não casualmente ou por arbítrio humano, senão (como dizem os Santos) por disposição divina e instinto do Espírito Santo; e por ventura foi anunciado à S. Ana por algum Anjo, como foi o do Precursor a seu pai Zacarias. Considera, pois, neste nome, as suas significações. Quanto às significações, tocaremos só em três das mais principais. A primeira é que Maria, na língua Síria (que era a mais usada naquele tempo em Palestina), quer dizer Senhora. O que bem quadra este nome à Virgem, pois é Senhora absoluta, soberana e pacífica de todas as criaturas no Céu, na terra e debaixo da terra! Os mais sublimes Serafins, aquelas essências mais puras, que servem de lugares à presença de Deus, iluminam, reconhecem, e adoram a esta Princesa; as nações, os reinos e os impérios dependem do seu aceno e favor, tremem da sua ausência e desvio. Outra significação do nome MARIA na língua hebraica é Estrela do mar; e com este apelido a invoca a Igreja: Ave Maris Stella. Também lhe vem mui próprio, por estrela, e estrela do mar. Por estrela primeiramente: porque a estrela, sem diminuição sua, nos produz o raio luminoso e a Virgem, permanecendo Virgem, nos gerou Cristo, que é luz do mundo. Além disso, porque as estrelas presidem às trevas da noite; e a Virgem é refúgio de pecadores, em que ainda não reina o Sol da graça. A terceira significação, e de todas a mais própria e digna, é, conforme diz S. Ambrósio, MARIA, isto é, Deus da minha geração. Ó imensa glória! Ó altíssima dignidade! Ó ventura imponderável! Senhora, Deus de vossa geração! O que tudo criou ser de ti gerado! O que gerou o Eterno Pai ab æterno, antes de todos os séculos, nos geraste por obra do Espírito Santo, no meio dos séculos! Maravilhosa definição encerram cinco só letras do nome MARIA; idest Deus ex genere meo (Pe. Manuel Bernardes)

S. Guido de Anderlecht, peregrino, +1012: Guido de Anderlecht, belga, era filho de um casal de camponeses cristãos que desde cedo lhe ensinaram os verdadeiros valores da vida, mostrando-lhe a necessidade de não se ter apego aos bens materiais. Doando o pouco que tinha, Guido deixou a casa dos pais, tornando-se sacristão de um vigário, dedicando-se às orações e à caridade. Desejoso de contribuir cada vez mais para com os mais pobres, deixou o trabalho de sacristão para dedicar-se ao comércio, tendo sido infeliz logo à primeira tentativa, perdendo todas as mercadorias compradas num naufrágio. Certo de que isso era um sinal de Deus para não persistir nesse caminho, partiu em peregrinação por diversos santuários. Anos mais tarde, voltou para casa fraco e doente, vindo logo a falecer. Sua memória, porém, mostra-nos uma vida espiritual rica e dedicada aos mais necessitados.

Tim 1,15-17; Sal 113(112),1-2.3-4.5a.6-7; Lc 6,43-49.

Comentário do dia
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Vigésimo quarto sermão sobre o Cântico

«Cada árvore conhece-se pelo seu fruto»

Se acreditais em Cristo, praticai as obras de Cristo, para que a vossa fé viva. O amor animará essa fé, a acção será prova dela. Vós que pretendeis habitar em Cristo, tendes de caminhar seguindo os seus passos. Procurar a glória, invejar os que são felizes neste mundo, dizer mal dos ausentes e pagar o mal com o mal não são as coisas que Deus fez. Dizeis que conheceis a Deus, mas os vossos actos negam-no. […] «Este homem glorifica-Me com os lábios», diz a Escritura, «mas o seu coração está longe de Mim»» (Is 29,13). […] Ora a fé, mesmo recta, não chega para fazer um santo, um homem recto, se não opera no amor. Aquele que não tem amor é incapaz de amar a Esposa, a Igreja de Cristo. E as obras, mesmo que realizadas com rectidão, não conseguem, sem fé, tornar um coração recto. Não se pode atribuir a rectidão a um homem que não agrada a Deus; ora, diz a Epístola aos Hebreus: «Sem a fé é impossível agradar a Deus» (Heb 11,6). Àquele que não agrada a Deus, Deus não pode agradar-lhe; mas aquele a quem Deus agrada não sabe desagradar a Deus. E àquele a quem Deus não agrada, também a Igreja-Esposa lhe não agrada. Como poderá, pois, ser recto aquele que não ama nem a Deus nem à sua Igreja, à qual foi dito:« Os justos sabem amar-te»? Ao santo não basta a fé sem as obras, nem as obras sem a fé. Irmãos, nós que cremos em Cristo, precisamos de tentar seguir uma via recta. Elevemos a Deus os nossos corações e as nossas mãos, a fim de sermos considerados inteiramente rectos, confirmando por actos de integridade a rectidão da nossa fé, amando a Igreja-Esposa e sendo amados pelo Esposo, Nosso Senhor Jesus Cristo, bendito de Deus por todos os séculos.

Fonte: evangelhoquotidiano.org