Semana XII do Tempo Comum – 2/SETEMBRO/2015

SantaDoroteiaSanta Doroteia, mártir, séc. II: Santa Doroteia nasceu em Cesaréia da Capadócia. Seus pais foram martirizados. De educação esmerada, aliava à riqueza invejáveis dotes e era sumamente bela. A jovem vivia em jejum e oração. O governador Fabrício havia recebido ordens do imperador para exterminar todos os cristãos. Denunciada, ela foi uma das primeiras vítimas: apesar de não aparecer muito em público, era considerada uma verdadeira apóstola de Cristo, pelas actividades que desenvolvia junto aos cristãos. Foi intimada, perante o governador, a oferecer sacrifício aos deuses. Movida pela ousadia, ela confessou a sua fé destemidamente. Fabrício irritado ordenou que fosse estendida no cavalete, esbofeteando-a. Vendo que ela continuava a manifestar a sua alegria, formulou a sentença: “Ordenamos que Doroteia, jovem repleta de orgulho, que recusou sacrificar aos deuses imortais e conservar assim a sua vida, desejosa de morrer por um homem chamado Jesus Cristo, morra à espada.” Ao sair do pretório, um advogado, chamado Teófilo, à sua passagem lhe disse: “Doroteia, esposa de Cristo, envia-me do jardim de teu Esposo frutos ou rosas.” Ela respondeu: “Crê de todo o coração no Deus por cujo nome sofro tudo isto, e te enviarei o que pedes.” Chegando ao lugar do martírio, pediu ao carrasco instantes para rezar, e percebendo na multidão um menino, chamou-o e entregou-lhe em suas o lenço com que enxugava o rosto, dizendo: “Toma este lenço, e entrega-o ao Teófilo, o advogado, dizendo: Dorotéia, a serva do Senhor, te envia frutos do jardim do Cristo, seu Esposo e Filho de Deus, conforme teu pedido.” O menino entregou o lenço na hora em que Doroteia foi decapitada. Teófilo, pegando entre as mãos o lenço, começou a dar graças a Deus. Tendo confessado Jesus Cristo, foi também condenado à decapitação, indo alegre para o suplício.

Col 1,1-8; Sal 52(51),10.11; Lc 4,38-44

Comentário do dia
Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
Meditações

«Dirigiu-Se a um lugar deserto»

Ó Tu, meu refúgio e minha força, leva-me, como outrora levaste o teu servo Moisés, ao interior do teu deserto, ao lugar onde a sarça arde sem se consumir (cf Ex 3), onde a alma, invadida pelo fogo do Espírito Santo, se torna ardente sem se consumir, mas purificando-se. Leva-me a esse lugar onde não é possível permanecer e por onde não se avança sem antes se terem desatado as correias dos entraves carnais, onde Aquele que é não Se deixa certamente ver tal como é, mas onde, no entanto, se pode ouvi-Lo dizer: «Eu sou Aquele que sou!» Nesse lugar, temos de cobrir o rosto para não ver o Senhor face a face (1Rs 19,13), mas também temos de nos esforçar por escutar com humildade e obediência, para discernir o que Deus nos diz no interior do coração. Enquanto espero, esconde-me, Senhor, no recôndito da tua tenda (Sl 26,5) no dia da desgraça; esconde-me ao abrigo da tua face longe das línguas provocadoras (Sl 30,21), porque me impuseste o teu jugo suave e o teu fardo leve (Mt 11,30). E, quando me fazes medir a distância entre o teu serviço e o do mundo, com voz terna e doce me perguntas se é mais agradável servir-Te a Ti, o Deus vivo, do que a deuses estranhos (2Cr 12,8). Então, eu adoro essa mão que pesa sobre mim e exclamo: «Já me dominaram por demasiado tempo outros mestres, que não Tu! Só a Ti desejo pertencer, porque o teu braço me mantém erguido!».

Fonte: evangelhoquotidiano.org