BTO. JANUÁRIO SARNELLI (1702-44). Advogado, doutorado em leis eclesiásticas, fez o noviciado na “Congregação Missões Apostólicas”. Depois de conhecer STO. Afonso Ligório com quem trabalhou na catequese de adultos e se fez amigo, entrou nos Redentoristas. Combateu o flagelo da prostituição. Foi beatificado pelo papa S.João-Paulo ll, em 1996.
BTO. RAIMUNDO LÚLIO (1235-1316). Terceiro franciscano, natural da ilha Maiorca, professor na universidade de Paris, conhecido como “Ramon Barbaflorida, Lira dO Espírito Santo”.
Génesis 19, 15-29 ; Sal 25, 2-3. 9-12 ; Mateus 8, 23-27
PÂNICO A BORDO (Mat.8, 23-27). Depois de uma pesada jornada em que Jesus falou às multidões, Ele aproveita a travessia do lago para recuperar um pouco. Mas, subitamente, rebenta a tempestade. As águas agitam-se com violência e as vagas entram na pequena embarcação, ameaçando afundá-la. A bordo, instala-se o pânico: os rostos ansiosos dos discípulos contrastam com o de Jesus a dormir o sono dos “justos”. Desamparados, os Apóstolos acabam por acordar O Mestre. Numa atitude que prefigura a ressurreição, Aquele que dormia levanta-Se, de pé à frente da barca. Com o Seu braço estendido, Ele invectiva as figuras monstruosas que – no alto da ilumin. do Codex Egberti simbolizam os ventos. Perante uma tal autoridade a própria figura da proa baixa as orelhas num perfil submisso. Através da humanidade de Cristo, manifesta-se a Sua divindade. A pergunta que então fazem os discípulos, também é a nossa: “Quem é este, para que até o vento e o mar lhE obedeçam?” (Marc.4,41). Jesus convida cada um de nós a passar à outra margem: “Porque estais tão assustados? Ainda não tendes fé?” (Marc.4,40). A tradução suaviza terrivelmente este texto. De facto, Mateus não hesita em escrever : “Houve no mar um grande sismo…”. O termo “terramoto” repete-se mais duas vezes no seu evangelho. No momento em que Jesus expira: “O centurião vendo o tremor de terra…”, e igualmente quando as mulheres chegam ao túmulo “houve um grande terramoto…” O sismo indica portanto, em Mateus, a intervenção de Deus que faz surgir da morte uma nova criação. É a experiência dos discípulos : ao verem que a barca ia soçobrar no abismo e no caos, suplicam : “Senhor, salva-nos !”, e Jesus de pé ressuscitado comanda o mar e os ventos, dando-lhes um mundo de paz, “uma grande calmaria”.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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