S. MARCELINO CHAMPAGNAT (1789-1840). A ignorância religiosa dos jovens, fê-lo fundar os “Irmãos Maristas”. Canonizado em 1999.
Tobias 12, 1. 5-15. 20 ; Cântico Tobias 13, 2. 6-8 ; Marcos 12, 35-37
“TUDO O QUE TlNHA…” (Marc.12,38-44). A viúva lançou no tesouro do Templo tudo o que tinha para viver, em grego, todo o “bios”. Esta palavra designa a vida no sentido mais concreto do termo “bio-”, e por extensão o que permite viver : os recursos, os bens. Aqui os 2 significados confundem-se porque ao dar todos os seus bens, por mais pequenos que fossem, foi a própria vida que a mulher arriscou. Para além dO Templo – instituição religiosa e pesada máquina económica – deu tudo para o serviço de Deus e partilhou com os outros o pouco que tinha. Ora, é ao confrontar-Se com o sistema dO Templo que Jesus arrisca também a vida e a perderá. A pobre viúva que Ele admira, faz aquilo que Ele igualmente fará : dar a Sua vida sem nada reter, pois para Deus só o amor conta. Nós não temos que convencer os outros da qualidade da nossa vida espiritual. Uma relação autêntica com Deus acomoda-se mal aos falsos semblantes, às aparências. Ao procurar iludir os irmãos e irmãs em humanidade ficaremos na ilusão daquilo que somos. Não se consegue enganar Deus: Deus sonda os corações e conhece melhor que nós próprios aquilo que somos. Ele aguarda a verdade do nosso coração. O sacrifício que agrada a Deus é “um coração contricto e um espírito humilhado”, recorda o Salmo 50. Estejamos com Deus no ser e não no parecer ! Nós somos e valemos muito mais do que “cadáveres adiados” cheios de vento.
A pessoa consistente volta para Deus a sua vida tal como ela é, e não como a sonha.
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.