Jeremias 20, 10-13 ; Sal 17, 2-7 ; João 10, 31-42
“VÓS SOIS DEUSES…” (João 10,31-42 ). Aos adversários, que O acusavam de Se identificar com Deus e por isso O queriam lapidar, Jesus dá esta réplica espantosa : “Está escrito na Lei : Vós sois deuses!” A Palavra que recebestes ao longo da vossa História Santa e na qual ainda meditais, não vos terá tornado semelhantes a esse Deus que nunca cessou de vos falar ? Sereis vós apenas homens, vós que tendes familiaridade com Deus ? Deus – que Se dirige a vós – não vos terá deixado a Sua marca? Passais ao lado da Palavra que invocais ; não vos deixais divinizar, e assim, não sabeis reconhecer Aquele que Se encontra entre vós e, mais que qualquer um, está transfigurado “pela” e “na” Palavra. De facto – de uma outra maneira – Jesus diz-nos que o argumento mais forte para a Sua divindade é a nossa própria divinização. Estamos transfigurados e Ele é O transfigurante. E, dito isto, Jesus já nos disse tudo o que havia para dizer ; que mais poderia Ele acrescentar? Retirou-se então para o lugar de onde viera : para o Jordão, onde João baptizara, porque a partir de agora a Sua missão está cumprida, resta-lhE só esperar os frutos que a Sua mensagem irá gerar. Nesta Quaresma as questões decisivas, a co- locar no silêncio da oração, são : como entendemos a mensagem de Cristo e, enquanto O aguardamos, qual vai ser a nossa resposta?
Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). Selecção e síntese: Jorge Perloiro.
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