II DOMINGO DA QUARESMA – 1/MARÇO/2015

Transfiguracao_BlS. ROSENDO(907-977). Natural de S.TO Tirso (antes da fundação do condado Portucalense) numa família galega nobre, foi nomeado, com 18 anos, bispo de Medonhedo e depois de Dume, na região de Braga. Modelo de fé, humildade e confiança em Deus, reconstruiu mosteiros e igrejas, libertou escravos e levou outros a fazê-lo. Fundou o grande mosteiro
beneditino de Celanova (Orense) e terminou como bispo na já então famosa diocese de Santiago de Compostela (968-977), assolada por invasões normandas, que ele combateu.

STO. AUBIN (ALBINO)(469-550) Abade de Tintillant foi eleito, já sexagenário, bispo de Angers. Teve a coragem de se opôr com firmeza aos costumes dissolutos dos senhores Merovíngios. Taumaturgo, era conhecido pela sua generosidade para com os pobres, doentes, viúvas, orfãos e prisioneiros. É padroeiro da cidade de Angers.

Génesis 22,1-2.9a.10-13.15-18; Sal 115,10.15-19; Rom.8,31b-34; Marcos 9, 2-10

“FlLHO!.”(Génesis 22,2). “Pega no teu filho único…”(Gén.22,2) ; “Ele, que não poupou O Seu próprio Filho…”(Rom.8,32); “Este é O Meu Filho muito amado…”(Marc. 9,7). Filho: palavra que une as leituras deste dia. Sendo filhos, como responder à pergunta: “Para vós, quem sou Eu?” É-nos pedido para passar duma resposta de catecismo à expressão de um reconhecimento, dum nascimento “com”. Reconhecer O Filho transfigurado, é tornar-se resplandescente, apesar de tudo o que em nós ofusca o brilho da imagem de Deus. Estejamos atentos a este rosto interior para que ele se ilumine e renove à luz de Deus. Quarenta dias para refazer a beleza espiritual! Refazer-se, ou melhor, deixar-se refazer, abandonar-se, porque “se Deus está por nós, quem poderá estar contra nós?” Rembrandt (1606-69) consegue evocar o mistério do homem que descobre o rosto de Deus e se abre à Sua vontade. Tudo está preparado: a bacia para recolher o sangue, a madeira para o holocausto, o cutelo fora da baínha que o patriarca segura ainda firmemente. A mão de Abraão cobre os olhos da vítima, mas é ele que parece cego, é o seu olhar que está perdido! O anjo dO Senhor, agarrando-o num corpo a corpo, trava-o a tempo. Com o anjo, o olhar de Abraão abre-se progressivamente à luz que vem do céu, como se subitamente se apercebesse da gravidade do gesto que ia fazer. Abraão vê que “os pensamentos de Deus estão longe dos pensamentos humanos (e que) os Seus caminhos não são os nossos caminhos” (Isaías 55,8). O anjo “encarna” aqui o amor de Deus que quer proteger o homem contra si-mesmo : “Ele te cobrirá e protegerá; sob as suas asas encontrarás refúgio”(Sal 90). Deus não necessita que o homem lhE ofereça os seus filhos em sacrifício. Mas para levar luz ao coração das trevas humanas, Deus, que é amor, está pronto a dar–Se totalmente. Em baixo da imagem, os dois pedaços de madeira evocam o lugar onde tudo se joga: a Cruz.

“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Recolha e síntese: Jorge Perloiro.