SEXTA-FEIRA – 27/FEVEREIRO/2015

S. GABRIEL DE NOSSA SRA. DAS DORES (1838-62). Orfão aos 4 anos, estudou num colégio jesuíta até aos 18 e depois entrou na “Congregação da Paixão de Jesus Cristo”. Distinguiu-se pela sua humildade, obediência e devoção a Nª Sª das Dores, especial característica da sua espiritualidade, a par de um amor incondicional por Jesus Crucificado. Morreu com apenas 24 anos de idade. Foi canonizado em 1920 pelo papa Bento XV.

Ezequiel 18, 21-28 ; Sal 129, 1-8 ; Mateus 5, 20-26

OUSEMOS ORAR DO FUNDO DOS ABlSMOS (Sal.129). “Das profundezas clamo a Ti, Senhor… Senhor, ouve a minha prece !” Este salmo 129, conhecido pelo título em latim, “De profundis”, oferece-nos um condensado de oração cujas raízes mergulham na obscura e dolorosa espessura da nossa humanidade. Atrevamo-nos a rezar a partir do vazio das nossas vidas, rezar desde o fundo dos abismos abertos sob os pés dos inocentes submersos na desgraça e no sofrimento. Jesus, a quem nestes dias seguimos no Seu mistério pascal de morte e ressurreição, “desceu aos infernos”. Ele escolheu fazer essa “travessia com os lá de baixo” para viver “com os d’aqui” na Sua presença.

“OUVlSTES O QUE FOl DlTO…EU,PORÉM,DlGO-VOS…” (Mat.5,20-26). Quantas coisas se aprendem a fazer e a não fazer…! Ora, aqui, é-nos hoje pedido que façamos tábua rasa de tudo isso e nos deixemos empolgar por estas palavras de Cristo: “ Eu, porém, digo-vos”. Devemos ouvi-lO, porque o que Jesus nos diz coincide perfeitamente com aquilo que Ele faz e com o que Ele é. S. Francisco de Sales repetia : “Tal como se aprende a andar andando, aprende-se a amar amando”. E que melhor forma do que pôr–nos a seguir Jesus, Ele que veio procurar aqueles que amam tão mal mesmo os queridos? Então, quando se tratar desses irmãos insuportáveis, odiosos, detestáveis…! Será aí que teremos de nos agarrar, cerrando os dentes, à injunção de Jesus: “ Eu, digo-vos !”.

Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris). selecção e síntese: Jorge Perloiro.