SEXTA-FEIRA – 21/MARÇO/2014
Génesis 37, 3-4,12-13a.17b-28 ; Sal 104,16-21 ; Mateus 21, 33-43. 45-46
“ESTE É O HERDEIRO : MATÊMO-LO!” Isaac é poupado : Deus provou até ao fim a obediência de Abraão. José é poupado : Rubem convence os irmãos a lançarem-no antes à cisterna. Ambos são figuras anunciadoras d’Aquele que, esse sim, não será poupado : forma particular do pecado, a inveja faz de nós confiscadores. O poeta Artur Rimbaud, provocador, escreveu que Cristo é “o eterno ladrão das energias”(As Primeiras Comunhões, 1871). Cristo é o único verdadeiro confiscador. Ele confiscou a morte, para nos dar a energia da Páscoa. A parábola da “vinha” do evangelho deve ler-se ao nivel da época : a “obra do dono do campo” é a Aliança de Deus com Israel, e os “vinhateiros”, a quem ela foi confiada, são os chefes e os doutores do povo. Não se diz que eles não tenham trabalhado, mas fizeram o trabalho para seu proveito: para o poder espiritual sem dúvida, mas também para a riqueza. Foi a falta de desprendimento que os impediu de servirem a Aliança em profundidade, de reconhecerem os profetas quando estes surgiram e os levaram a matar Jesus.

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