I DOMINGO DA QUARESMA – 9/MARÇO/2014
Directo, 11h: Angelus Domini
Directo, 18h: Patriarca de Lisboa, Catequese Quaresmal
STA. FRANCISCA ROMANA (1384-1440). Uma mulher extraordinária cujo exemplo serve de estímulo à nossa caminhada quaresmal. Viveu uma época de crise na Igreja – transferência forçada do papado de Roma para Avignon (1309-1376) com as lutas subsequentes que levaram ao Grande Cisma do Ocidente (1378-1417). Nobre e rica, soube soube viver como pobre; casada e boa esposa e mãe, soube encontrar tempo para Deus e os outros. A intensa vida interior dava-lhe grande familiaridade com sobrenatural: convivia com o seu anjo da guarda. Viveu o carisma da oração contemplativa e da assistência aos mais necessitados e doentes (nomeadamente aos empestados de Roma, na epidemia que lhe levou 2 filhos). Canonizada pelo Papa Paulo V em 1608, como modelo de filha, esposa, mãe, viúva, religiosa (fundou a associação das “Oblatas Olivetanas”) e de mística.
Génesis 2, 7-9; 3,1-7 ; Sal 50, 3-6a.12-14.17 ; Rom.5,12-19 ; Mateus 4,1-11
CRISTO, NOVO ADÃO (Mateus 4,1-11). O deserto onde Jesus é levado pelO Espírito evoca a peregrinação de Israel depois da saída do Egipto, mas também o jardim do Éden. Os pontos comuns fazem frente às faltas e à precaridade, sob todas as suas formas (Deuto 8,1-5), mas também ao “afastamento de Deus”. No capítulo 2 do Génesis, não confia Deus ao homem a Sua Criação, deixando-a ao seu livre arbítrio ? Não se encontra agora Jesus sózinho no deserto, em oração durante quarenta dias e quarenta noites, depois de ter vivido uma experiência prolongada da proximidade dO Pai no baptismo ? É então que surge Satanás.Tal como no jardim, a tentação é“tornar-se deus”(Gén.3). Ora, ao contrário de Adão, Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem que assumiu até ao fim a nossa condição humana, opta por Se remeter aO Pai em vez de Se deixar dominar pelo demónio e pelas “paixões” que podem surgir por medo de falta de pão, pela atracção do extraordinário e pelo fascínio do poder. O que Cristo experimentou de maneira pontual aponta para o que Ele teve que viver durante a Sua existência terrestre e para o que nós próprios teremos que enfrentar ao longo dos dias. Talvez possamos interrogar-nos sobre o que fazemos dos medos e das insatisfações ligadas à finitude humana, sobretudo quando os nossos fantasmas de omnipotência querem levar-nos a crer ser possivel remediá-los com meios que, no final, nos deixarão vazios e desamparados. Será que temos o reflexo de voltar-nos para Deus e manter-nos na Sua presença, na “humilde condição” que é a nossa, para lhE pedir que nos “faça conhecer o caminho a seguir”(Prov.2)? Aliás, não é O próprio Deus que nos falta? Enfim, pensemos servir-nos das “armas de combate espiritual” (Efés.6,10-17). Um caminho que nos levará a prostrar-nos para adorarmos apenas Deus.

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