QUARTA-FEIRA DE CINZAS – 5/MARÇO/2014 INÍCIO DA QUARESMA

QUARTA-FEIRA DE CINZAS – 5/MARÇO/2014 INÍCIO DA QUARESMA

Directo 15h20: Eucaristia de Quarta-feira de Cinzas

Directo 9h: Audiência geral do Santo Padre Francisco

Somos convidados a deixar que a Palavra evangelize o nosso coração de pecadores. É um convite que pode e deve fazer-se em clima de alegria; é inútil fixarmo-nos no“cliché” de penitentes. Acreditaremos nisto mais intensamente ao rezarmos o versículo 5 do Salmo 31: “Dei-Te a conhecer a minha falta, não Te encobri os meus delitos. Eu disse: Dei graças ao Senhor ao confessar os meus pecados, e Tu absolveste a ofensa da minha falta”. É assim que a luz volta à vida do pecador que reconhece as suas faltas diante de outro pecador-o padre que o ouve na confissão. Que O Senhor nos encha de luz no caminho da Quaresma ! Vamos abrir a Cristo, de par em par, a portas da nossa vida, nestes dias de mortificação, com mais oração, jejum e abstinência por todas as misérias dos homens (físicas, morais e espirituais) causadoras das guerras.

SaoJoaoJoseDaCruzS. JOÃO-JOSÉ DA CRUZ (1654-1734). Entrou com 15 anos na Ordem dos “Franciscanos descalços” da Reforma iniciada por S.Pedro de Alcântara em Espanha, conhecidos também por“alcantarinos” e pela austeridade das Regras. Com as próprias mãos ajudou a construir o novo mosteiro de Piedimonti d’Alife onde, com 24 anos, foi nomeado mestre de noviços e, mais tarde Vigário Provincial dos “alcantarinos” de Itália. S. João-José da Cruz era muito austero, comia uma só vez por dia, dormia pouco e levantava-se à meia noite para agradecer a Deus o novo dia. Dedicado aos pobres e doentes foi venerado pela população ainda em vida. Os seus restos mortais repousam no mosteiro franciscano da ilha de Ischia onde nasceu.

Joel 2, 12-18 ; Sal 50, 3-6a.12-14.17 ; 2 Coríntios 5, 20–6, 2 ; Mateus 6,1-6.16-18

“RECONCILIAI-VOS COM DEUS” (2 Cor.20). O apelo premente de Paulo é um eco da voz que hoje nos ressoa aos ouvidos: Convertei-vos ! Pouco importam os nossos estados de alma ao abordarmos esta Quarta-feira de Cinzas. Vivamos estes quarenta dias como um presente da Igreja, iluminada pela alegria pascal. Na vivência cristã, a superabundância do amor oferece-se em cada instante, gratuitamente. O Nosso Pai não espera proezas ascéticas. Presente no segredo da intimidade mais pessoal, Ele deseja simplesmente familiarizar-Se connosco. Agora é o momento favoravel, é agora o dia da salvação”.

“SE QUEREIS VIVER COMO JUSTOS…” (Mateus 6,1-6.16-18). No 1º dia da Quaresma, Jesus propõe três atitudes para a “conversão”, para o “regresso”: Três meios que conduzem a Deus, aos outros e a nós mesmos. Primeiro a oração, que leva a Deus: caminho de conversão que nos distancia do ruído, da dispersão, do “lufa-lufa” quotidiano e dá a alegria do reencontro, da ternura da intimidade, do coração-a-coração filial com O Pai. Depois a caridade, que leva aos homens : caminho que nos afasta do egoísmo e de toda a espécie de avareza radicada no medo e abre à alegria da troca, da partilha e da comunhão, autenticamente sentida quando se dá gratuitamente um pouco do nosso dinheiro, escuta e amizade. Por fim, o “regresso” a nós mesmos, pela mortificação e jejum dos sentidos: caminho que nos afasta da gulosa sofreguidão física, intelectual, afectiva ou espiritual, que trava e “atravanca” e nos permite chegar à alegria da superação das frustrações, das contrariedades, até à liberdade. A caminho da alegria da Páscoa, qual destes meios experimentarei eu hoje um pouco ?

Meditações Bíblicas”, trad. das Irmãs Dominicanas de Notre-Dame de Beaufort (Supl. Panorama, Ed. Bayard, Paris)