TERÇA-FEIRA – 7/JUNHO/2016

JUN-07_BeataAnaDeSaoBartolomeuBTA. ANA DE S. BARTOLOMEU (1549-1626). Primeiro foi secretária de STA. Teresa d’Ávila e trabalhou depois na implantação dos carmelos reformados em França e na Flandres. Foi beatificada em 1917 pelo papa Bento XV.

1 Reis 17, 7-16 ; Sal 4, 2-5. 7-8 ; Mateus 5,13-16

“AOS OLHOS DOS HOMENS… ” ( Mat. 5,13-16) . Será que devemos – ou podemos mesmo legitimamente desejar – “brilhar diante dos homens”? A reacção virtuosa, ou apenas honesta, será responder mos com indignação: “Claro que não!” Como compreender então que Jesus faça disto um mandamento? Muito simplesmente lendo o texto até ao fim.., pois nele se precisa – apesar de quase sempre ser citado truncado – : “Eis como a vossa luz deve brilhar aos olhos dos homens: de forma que, ao ver as vossas boas obras, prestem glória ao vosso Pai dO Céu” (Mat.5,16). Não há aqui nenhum encorajamento à vaidade; é só um aviso severo a advertir-nos: “Não vos enganeis nas intenções!”, e que nos coloca uma questão nada inocente: “Quando agis qual é o vosso desejo mais profundo? A vossa glória ou a glória de Deus?” Não se segue Cristo por Si-mesmo. Quer se trate do sal ou da luz, estes dois elementos não se destinam a si-mesmos: não se salga o sal nem se ilumina a luz. É grande a tentação de praticar a própria religião apenas por si mesma, numa sociedade tão individualista. O Evangelho convida-nos a ultrapassar esta visão restritiva. Somos nós que salgamos e iluminamos o mundo. Antes mesmo da Paixão, Jesus dá aos discípulos esta orientação essencial : não se segue Cristo apenas por Si-mesmo. Porque Ele vem para todos os homens, cada um de nós é chamado também a destinar-se a todos. Esta orientação faz-nos participar na própria missão de Jesus. Sejamos, tal como E le, para os outros. É isto que salga e ilumina! “Tornai-vos naquilo que sois…!” Nós somos sal, então salguemos a terra , nós somos luz, então brilhemos!

“Meditações Bíblicas”, tradução dos Irmãos Dominicanos da Abadia de Saint-Martin de Mondaye (Suplemento Panorama, Edição Bayard, Paris. Selecção e síntese: Jorge Perloiro.